Camargo não tem a obrigação de ser de esquerda porque é negro
Não pode haver nada pior do que isso em matéria de racismo: ele é obrigado a pensar de determinada forma apenas pela cor da sua pele
atualizado
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Há grande indignação nas classes intelectuais, entre comunicadores de renome e na imensa salada mista que compõe a esquerda nacional, contra a nomeação do novo presidente da Fundação Palmares, o jornalista Sergio de Camargo.
Essa Fundação Palmares, para quem nunca ouviu falar nela – e aí estamos realmente diante de uma multidão – é uma dessas invenções da burocracia federal para “promover a cultura afro-brasileira”, seja isso lá o que for.
Cabe ao governo da República, portanto, escolher quem manda nela. Mas, no Brasil de hoje, estima-se que o governo só pode fazer sua escolha dentro de um tipo muito bem definido de pessoa: o “negro-padrão” dos “movimentos sociais”, que vivem de pregar a ideia de que o Brasil é um dos países mais racistas do mundo, que a escravidão não foi abolida, que há “uma dívida” a pagar, etc.
Os ataques sofridos por Camargo estão entre os piores momentos jamais oferecidos ao público por essa gente toda. Ele está sendo condenado porque é um “negro de direita” – como se tivesse a obrigação, pela cor de sua pele de ser “de esquerda”.
O resumo da opera, aqui, é o seguinte: o negro não tem direito a ideias próprias. Pela cor da sua pele, e nenhum outro motivo, é obrigado a pensar como os donos do “movimento negro” exigem que ele pense. Não pode haver nada pior do que isso em matéria de racismo.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.