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BR-163 simboliza mudança mais revolucionária na economia do país

Governo federal concluiu as obras de recuperação do asfalto de parte da rodovia, que ficou abandonada durante 40 anos

atualizado

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BR-163
1 de 1 BR-163 - Foto: DNIT/Divulgação

Depois de 40 anos de espera — ou de atraso, como se queira —, o Brasil, enfim, passou a ter uma arma estratégica que qualquer país decente já teria há muito tempo: a estrada BR-163, mais conhecida como “Cuiabá-Santarém”, foi asfaltada em toda a sua extensão.

Não é um detalhe a mais no mapa rodoviário do Brasil. Essa estrada é o símbolo da mudança mais revolucionária que a economia brasileira já viveu em sua história — a transformação no Centro-Oeste na base da espetacular explosão de progresso que viria a transformar o Brasil no segundo maior produtor agrícola do mundo, atrás — mas muito perto — só dos Estados Unidos.

A revolução agrícola no Centro-Oeste foi uma das maiores vitórias que qualquer país jamais obteve em sua economia. Levou o capitalismo para a agricultura brasileira — sem o qual ela simplesmente continuaria condenada a ser um retalho de roças, incapaz de alimentar sua própria população.

Fez o Brasil introduzir em suas áreas agrícolas a tecnologia de ponta, a mecanização extensiva e o uso de recursos como a irrigação, os satélites e os defensivos agrícolas mais avançados. Conseguiu obter ganhos extraordinários de produtividade no aproveitamento da terra. Acabou, simplesmente, com uma praga histórica da economia brasileira: a “crise cambial”, que deixava o país regularmente sem calças por falta de divisas para as transações externas.

A balança comercial brasileira esqueceu o que é déficit — a agricultura lhe fornece, hoje, os dólares que ela precisa para ter no momento US$ 400 bilhões de saldo em caixa. Para não encompridar muito a história: o agronegócio é hoje o setor mais moderno, mais eficaz, mais competitivo e mais independente da economia brasileira.

Qual o valor disso tudo para o mundo político e o poder público deste país? Zero. Que escândalo maior do que deixar uma das artérias vitais para o funcionamento deste novo mundo abandonada durante 40 anos?

Bilhões de dólares foram perdidos por causa disso. O produtor sofreu com aumento no custo de fretes e os transportadores com o pesadelo das viagens no meio da lama. Anos de avanço foram jogados fora — e isso tudo na área mais bem-sucedida, mais produtiva e mais estratégica da economia brasileira.

Em um ano, agora, foi feito o que não se fez em 40. Ou seja: era possível fazer.

O problema, como sempre, foi a obsessão por apostar no atraso que encanta os colossos políticos deste país, ocupados, como sempre, em arrumar suas vidinhas. Para eles, uma má notícia: a BR-163, já a curto prazo, começará a influir na melhoria do desempenho de uma área decisiva para a agricultura brasileira. Ajudará, e muito, no avanço do Brasil novo. Brasília detesta o Brasil Novo.

* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.

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