Atual política econômica precisa acabar com a ciranda financeira
Junto às injustiças da Previdência, a engrenagem “gasto do governo-dívida pública-juro alto” é o que mais concentra renda no país
atualizado
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Pode um país pobre como o Brasil gastar R$ 400 bilhões por ano com o pagamento dos juros – só dos juros – da sua dívida interna e, ao mesmo tempo, pensar seriamente em crescer? É claro que não. Mas por mais claro que isso seja um perfeito despropósito, é assim, exatamente assim, que temos vivido há décadas.
A situação é perfeitamente absurda. Os economistas, políticos e governantes de “esquerda” clamam aos céus contra essa abominação – a “ciranda financeira” que multiplica sem parar a fortuna dos “rentistas”.
Ao mesmo tempo, quando estão no governo, são os maiores cirandeiros que este país já viu, ao aumentarem em rapidez e em volume tresloucados a despesa do governo.
O resultado, obviamente, é déficit direto na veia, pois os impostos não são suficientes para cobrir o gasto – que, para piorar, não serve para financiar as melhorias que o Brasil precisa desesperadamente, mas vai quase todo para encher o bucho das castas mais altas do funcionalismo e pagar o aumento do custeio da máquina pública.
Aumento dos juros
Essa dívida só pode ser paga, como também é óbvio, com o aumento da taxa de juros – o que faz a felicidade dos banqueiros e dos infames “rentistas” que tanto deixam o PT indignado.
Junto às injustiças da Previdência Social, não há nada que ajude tanto a concentrar renda neste país como a ciranda gasto do governo-dívida pública-juro alto. Como poderia ser diferente, se todo ano o Tesouro Nacional tem de entregar US$ 100 bilhões para os credores da dívida feita pelo governo?
É essa engrenagem que a atual política econômica está querendo mudar. Nada vai ajudar tanto os brasileiros como o sucesso que tiver neste objetivo.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.