A valentia da esquerda tem perna curta
O episódio em que o humorista Gregório Duvivier foi à PF dizer que ajudaria nas investigações contrasta com o discurso valentão aos hackers
atualizado
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O depoimento do comediante Gregório Duvivier à Polícia Federal, na investigação sobre os crimes cometidos por hackers no episódio das “gravações do Moro”, vai ficar registrado como um retrato clássico da conduta moral da esquerda brasileira de hoje.
Entrou na delegacia pronto e disposto a colaborar com a polícia; segundo seu advogado, “entregou espontaneamente todas as mensagens” que havia trocado com um dos criminosos presos pelo furto das conversas telefônicas do ministro. Sua maior ambição, ao ser interrogado, foi “cooperar com as investigações”.
Não é uma questão de opinião: o que o ator disse à polícia está escrito em letra de forma, e assinado de próprio punho por ele, no inquérito em andamento sobre o caso.
Onde já se viu uma coisa dessas? Um militante de esquerda que vai com seu advogado à PF e abre o bico para a tiragem assim que entra na sala, e de livre e espontânea vontade – como eles próprios dizem?
Vai mal, hoje em dia, o nível de coragem dessa gente. No meio de suas pequenas tribos, na segurança dos estúdios de gravação e das redações de jornal, são todos uns leões; esse aí, quando estava metido na Operação Tabajara para derrubar o ministro Sergio Moro, dizia que o amigo hacker iria “mudar o destino do país” e pedia a ele que pegasse “os chefões da Globo”.
Mas assim que nossos esquerdistas de hoje são chamados para falar com a polícia, a valentia some. Ela some porque nunca existiu.
* Este texto representa as opiniões e ideias do autor.