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Vídeo mostra pancadaria entre adolescentes internados em centro socioeducativo do DF

Briga generalizada ocorreu na última sexta-feira (11/12) e serviu para que Corregedoria da Secretaria de Justiça fosse acionada de imediato

atualizado

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Reprodução / YouTube
Tumulto na unidade de internação do Recanto
1 de 1 Tumulto na unidade de internação do Recanto - Foto: Reprodução / YouTube

Um vídeo obtido pela coluna Janela Indiscreta, do Metrópoles, revela o momento exato do início uma pancadaria generalizada entre pelo menos 20 jovens em conflito com a lei abrigados na unidade de internação do Recanto das Emas.

Nas mesmas imagens, captadas na última sexta-feira (11/12), é possível perceber uma possível falta de reação por parte de alguns agentes socioeducativos para cessar a confusão. A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) apura o incidente (veja abaixo). O vídeo foi manipulado para evitar que os envolvidos sejam identificados.

Em pouco menos de 45 segundos de gravação captada pelas imagens oficiais do circuito interno, a confusão se inicia e, rapidamente, os internos decidem usar cadeiras de plástico para atacar outros jovens. No primeiro momento da briga, os agentes parecem se distanciar do tumulto ocorrido na escola da unidade. O controle começa apenas após o quebra-quebra ter tomado conta do momento.

Assista ao vídeo:

Frequência

A reportagem ouviu pessoas ligadas ao sistema socioeducativo e, com uma exceção, os entrevistados afirmaram que as brigas entre internos têm ocorrido com frequência dentro da unidade do Recanto das Emas.

“O que percebemos é que há uma política interna para colocar no mesmo ambiente jovens pertencentes à facções diferentes. Isso coloca em risco a coletividade e ameaça, inclusive, outros menores sem vínculos com grupos violentos”, disse uma fonte que falou sob a condição de anonimato.

Por outro lado, defensores da categoria acreditam que o vazamento do vídeo tenha ocorrido de forma proposital, com o objetivo de “causar alarde e fortalecer a tese de que os internos fiquem sem atividades de ressocialização”.

“Esse problema foi pontual e, na minha opinião, não expressa um risco para a unidade. Claro que houve inércia dos agentes, mas em nenhum momento as agressões cresceram a ponto de virar um perigo real”, ponderou outro entrevistado.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Justiça e Cidadania, responsável pelo sistema socioeducativo, afirmou que não houve feridos no episódio gravado. Contudo, adiantou que vai apurar a conduta dos agentes responsáveis pela segurança do local.

O que diz o GDF?

“A Secretaria de Justiça informa que a situação apresentada foi um episódio pontual, envolvendo um embate entre os jovens da Unidade do Recanto das Emas e que, no momento seguro e oportuno, foi devidamente contido pela equipe de servidores presentes”, frisou na nota ao Metrópoles.

Ainda segundo o texto, “nenhum jovem foi ferido e as ações – identificadas nas imagens – foram imediatamente encaminhadas à Corregedoria da pasta, para análise da atuação dos servidores responsáveis pela segurança do local, bem como adoção de providências cabíveis”.

A pasta informa, ainda, que “todos os jovens que ingressam nas unidades de internação do sistema socioeducativo do Distrito Federal são acolhidos por equipes de segurança, que realizam entrevistas iniciais, para coleta de informações que irão subsidiar o acautelamento nos módulos de convivência e que a atividade de inteligência constante monitora e auxilia na identificação de possíveis grupos rivais”, reforçou.

De acordo com a Sejus, “a unidade de internação do Recanto das Emas possui oito módulos de convivência, nos quais é realizado o acautelamento com as separações necessárias” e, conforme informou, “os jovens também participam de atividades profissionalizantes e educacionais por grupos distintos”.

Para finalizar, a Secretaria de Justiça reiterou que “providências estão sendo tomadas com rigor,  para constatar a avaliação da motivação do fato, identificação dos responsáveis e encaminhamento dos jovens envolvidos à delegacia de polícia. Há um controle efetivo contínuo de mapeamento de conflitos, visando garantir a integridade e incolumidade da comunidade socioeducativa”, sublinhou.

Sindicato defende categoria

Após a publicação das reportagem, o Sindicato dos Servidores da Carreira Socioedutcativa do DF informou que  o episódio “foi uma situação excepcional, na qual a segurança institucional foi preservada, bem como a integridade física dos envolvidos, sem internos ou servidores feridos”.

De acordo com a nota, “os agentes solicitaram o reforço necessário, via rádio HT, para realizar a contenção necessária de forma segura, enquanto se deslocavam para os pontos vulneráveis de acesso ao local, para evitar fugas no momento da ocorrência, garantindo a segurança pública”.

O texto ainda reforça que “em virtude da pandemia do Covid-19, as visitas dos familiares dos internos foram suspensas (entre de março a outubro de 2020) e, atualmente, ocorrem de forma parcial, fato que influencia diretamente na tensão do ambiente institucional, porém, neste período de estado de calamidade pública que estamos vivendo, não houve graves ocorrências no Sistema Socioeducativo, bem como não houve surtos de Covid-19, seja entre servidores ou internos, graças à união de esforços entre os servidores e o Governo do Distrito Federal”, finaliza.

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