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Variantes da Covid: dezenas de casos suspeitos estão em apuração no DF

Embora sem casos confirmados, Vigilância Epidemiológica segue rigoroso protocolo para investigar possíveis infecções em moradores locais

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Ambulância deixa paciente com cornavirus (covid-19) no Hran
1 de 1 Ambulância deixa paciente com cornavirus (covid-19) no Hran - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valero, afirmou na terça-feira (23/2) que a Secretaria de Saúde investiga “dezenas de suspeitas” de variantes da Covid-19 no Distrito Federal. A declaração ocorreu após o Ministério da Saúde (MS) ter descartado a infecção pela nova cepa em dois pacientes na capital do país, pois eles eram, na verdade, do estado de Goiás.

“Nossa equipe está sempre monitorando todos os pacientes que levantem qualquer tipo de suspeita das variantes da Covid-19. Atualmente, são dezenas de casos investigados, mas esse é o protocolo original. A gente acompanha o paciente, faz a coleta de materiais e encaminha aos laboratórios, e criamos todo o ambiente para evitar contágios até que haja o resultado. Até agora, nenhum caso foi confirmado no Distrito Federal”, disse Valero ao Metrópoles.

De acordo com o subsecretário, havendo resultado positivo, a Secretaria de Saúde notificará imediatamente o Ministério da Saúde por meio de um sistema integrado para monitoramento das mutações do Sars-CoV-2.

“A integração é total com a equipe do ministério, que é informada em tempo real. Quando existem casos suspeitos, a gente não notifica pelo sistema, mas acompanhamos diretamente até que seja descartado ou não”, reforçou.

Fiocruz

O posicionamento mais enfático da Secretaria de Saúde ocorreu após o demonstrativo de linhagens e genomas Sars-CoV-2 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ter indicado a presença de cinco variantes de Covid-19 no DF e de 10 em todo o estado de Goiás.

Não foram dados detalhes sobre as investigações. A variante britânica do vírus, a B.1.1.7, foi detectada em Luziânia e Valparaíso, cidades goianas localizadas na chamada região do Entorno.

“Quando tomamos conhecimento desse alerta, acionamos imediatamente a Fiocruz, mas não obtivemos o retorno. Temos insistido, porque não há no nosso sistema esses números apontados pela fundação. Ninguém aqui é o dono da verdade, então se eles [Fiocruz] encontraram algum registro, precisam nos informar para que possamos acompanhar, e isso não foi feito até o momento”, garantiu Valero.

Veja:

Mutações e apuração

De acordo com a tabela de dados da Fiocruz, as variantes B, B.1.1.314, B.1.1.33, B.1.1.7, P.2 identificadas no DF foram encontradas a partir de amostras enviadas à instituição.

Rede Genômica da Fiocruz contém dados baseados em estudos de pesquisadores que analisam genética e genoma de diferentes organismos. Esse banco internacional aberto, chamado de GSAID, mostra que circulam no DF as variantes do coronavírus oriundas de mutações que surgiram no Reino Unido (B.1.1.7) e no Rio de Janeiro (P2).

A B.1.1.33 é a linhagem mais comum, que circula em território nacional desde março, e a B.1.1.314 é uma variante dela. A variante B, como denomina a Fiocruz, é a original, vinda da China.

O Ministério da Saúde enviou nessa terça uma nova nota técnica para os estados e o Distrito Federal, com informações sobre as novas variantes identificadas até o momento. O documento também dá orientação a respeito das medidas que devem ser adotadas e intensificadas pelas secretarias de Saúde estaduais, a fim de monitorar e evitar a propagação das novas variantes no país.

Ainda conforme o ministério, os sequenciamentos genéticos e outras análises complementares para o vírus Sars-CoV-2 são realizados pelos Centros de Referência de Influenza, que são três laboratórios de saúde pública no Brasil: Fundação Oswaldo Cruz (RJ), Instituto Adolfo Lutz (SP) e Instituto Evandro Chagas (PA).

“Além desses, outros laboratórios públicos e privados, no Brasil, também apoiam as análises e o sequenciamento em suas linhas de pesquisa. Por isso, muitos resultados podem ter sido notificados apenas aos municípios ou estados ou, até mesmo, ainda não terem sido notificados a nenhum ente do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo depositados apenas em sites abertos de sequenciamento genômico”, acrescentou o Ministério da Saúde.

Acionada pela reportagem, a Fiocruz não havia se manifestado sobre o informe do Ministério da Saúde até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para posicionamentos futuros.

Situação no país

A variação britânica foi identificada em 20 casos, nos estados de São Paulo (11), Bahia (6), Goiás (2), Rio de Janeiro (1).

Quanto à variante P.1, que apareceu pela primeira vez no Amazonas, 184 casos foram diagnosticados em 17 estados: Amazonas (60), São Paulo (28), Goiás (15), Paraíba (12), Pará (11), Bahia (11), Rio Grande do Sul (9), Roraima (7), Minas Gerais (6), Paraná (5), Sergipe (5), Rio de Janeiro (4), Santa Catarina (4), Ceará (3), Alagoas (2), Pernambuco (1) e Piauí (1).

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