Sindicatos criticam Bolsonaro por “ignorar” recomposição das forças
Prazo para concessão do reajuste foi encerrado nesta segunda-feira (4/7) e, agora, categoria só poderá ser beneficiada no início de 2023
atualizado
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O Sindicato dos Delegados (Sindepo) e o Sindicato dos Policiais (Sinpol-DF) criticaram, nesta segunda-feira (4/7), o presidente Jair Bolsonaro (PL) por não ter encaminhado a tempo a medida provisória que autorizaria a recomposição das forças de segurança do Distrito Federal.
De acordo com as duas entidades sindicais, “a falta de vontade política travou a concessão do anunciado e aguardado reajuste salarial”, o que, conforme sublinham, levou “severo prejuízo para Segurança Pública” na capital federal. O prazo para o envio da proposta venceu nesta segunda-feira.
“Vencido o prazo da Lei nº 9.504/1997, que proíbe a concessão de qualquer benefício a servidores públicos no período de 180 dias que antecede o fim do mandato, fica explícito que não houve qualquer disposição da União em conceder a recomposição salarial para os servidores policiais civis neste ano de 2022”, iniciou a nota conjunta.
De acordo com o texto, o governo federal teria “violado” a iniciativa e vontade do Governo do Distrito Federal (GDF) em reajustar as remunerações das forças de segurança.
“Por não honrar demais acordos assumidos com os servidores da União, o governo federal preferiu omitir-se quanto à resolução da recomposição salarial solicitada pelo GDF para evitar possíveis desgastes junto aos servidores públicos federais”.
Orçamento
As entidades sindicais lembram, ainda, que havia orçamento garantido para a efetivação da proposta, já que os recursos utilizados seriam os destinados pelo Fundo Constitucional.
“Vale destacar que todo o trâmite para a recomposição foi fruto de muita luta desempenhada pelos Sinpol e Sindepo-DF, que, ao longo dos últimos anos, articularam-se de todas as formas: por meio de campanhas em TVs, outdoors e rádios, suspensão do Serviço Voluntário Gratificado (SVG), pressão nas ruas e nas mídias sociais, ações judiciais, além de busca constante por apoio parlamentar”, argumentam.
O Sindepo e o Sinpol adiantam que o Palácio do Buriti encaminhará, logo no primeiro semestre, o projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA), contendo a previsão da utilização dos recursos públicos para o ano de 2023, com a inclusão da previsão do reajuste dos policiais.
“Os policiais civis estão exaustos de promessas não honradas e clamam por medidas concretas para que as carreiras sejam, de fato, valorizadas e que a retórica seja substituída por ações que enxerguem a fundamental relevância dos servidores policiais da PCDF na manutenção de uma sociedade segura e preservada”.
Subscrevem a nota as associações Geral dos Servidores da PCDF (Agepol), de Peritos Papiloscopistas (Asbrapp), de Peritos em Criminalística (ABPC), dos Agentes Policiais de Custódia (AAPC) e dos Delegados de Polícia do DF (Adepol).