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Setembro Amarelo: especialistas defendem ações corporativas para saúde mental

Mês que marca a prevenção ao suicídio alerta sobre a necessidade de organizações priorizarem cuidados psicológicos com equipe profissional

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1 de 1 Arte de silhueta de criança - Foto: Guilherme Prímola/Arte/Metrópoles

No Setembro Amarelo, mês da campanha de prevenção ao suicídio, especialistas defendem a importância de se levar o tema sobre saúde mental também para dentro do universo corporativo.

Os dados de 2018 já mostravam, antes mesmo da pandemia da Covid-19, a necessidade de se pensar na saúde do trabalhador, mesmo antes da Covid-19.

De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a depressão despontava como a segunda causa de pagamento de auxílio-doença (30,67%), seguida pelos transtornos de ansiedade (17,9%) e atrás apenas dos acidentes de trabalho.

Com a chegada do novo coronavírus, o quadro se agravou e, em 2020, houve um aumento de 20,6% em relação a 2019 na concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez causados por transtornos mentais.

“Quanto à saúde mental dos trabalhadores informais, sabe-se pouco ou quase nada, visto que foi preciso um vírus para que saíssem da opacidade e se materializasse na casa das quatro dezenas de milhões frente aos olhos do País”, disse Carla Furtado, fundadora do Instituto Feliciência.

Na linha dessa reflexão, a Organização Mundial da Saúde (OMS), define a saúde como estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade.

“Além disso, saúde contém saúde mental, compreendida como o estado no qual o indivíduo desenvolve suas habilidades pessoais, consegue lidar com os estresses da vida, trabalha de forma produtiva e encontra-se apto a dar sua contribuição para sua comunidade”, explicou a psiquiatra Renata Figueiredo, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr).

Iniciativas organizacionais

Para atuar em saúde mental, as especialistas explicam que devem-se cumprir pré-requisitos, sendo que somente psiquiatras e psicólogos estão habilitados para realizar anamnese, diagnóstico e assistência.

“Essa é uma área mais complexa que felicidade e bem-estar e requer profundo conhecimento dos transtornos mentais e comportamentais. Atuar sem a devida qualificação oferece riscos, pois quando se trata de saúde mental parte-se do princípio de que nenhuma intervenção é inofensiva ou livre de efeitos colaterais”, frisa a psiquiatra Renata.

A saúde integral de quem trabalha é elemento inegociável para a sustentabilidade das organizações.

“É necessário estabelecer um caminho responsável, partindo da definição do escopo de atuação e da designação de um time habilitado – sem jamais esquecer da equipe de segurança e medicina do trabalho. E não custa lembrar que setembro é amarelo, mas o cuidado precisa durar o ano inteiro”, finaliza Carla Furtado.

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