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Sem equipamentos, mais de 26% dos alunos do DF não acompanharam teleaulas

Amostra realizada pelo Sinpro avaliou alcance da EaD adotada pelo GDF durante pandemia de Covid-19. Educação não reconhece metodologia

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Novas carteiras de identificação estudantil prometem mais controle e segurança nas escolas do DF.
1 de 1 Novas carteiras de identificação estudantil prometem mais controle e segurança nas escolas do DF. - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Um levantamento virtual realizado pelo Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) revelou que dos 10 mil estudantes entrevistados, 26,27% informaram não ter em casa equipamentos necessários para o acesso ao programa de Ensino a Distância (EaD). As teleaulas foram adotadas para compensar a ausência de aulas presenciais devido às medidas de restrição adotadas no DF durante o combate ao novo coronavírus.

Os números apresentados pela entidade sindical se referem tanto a estudantes da rede pública quanto da privada. Os dados também indicam que moradores do Paranoá (40,75%), São Sebastião (40,40%), Planaltina (33,47%) e Santa Maria (30%) estão entre aqueles com mais dificuldades para o uso das plataformas digitais de videoaulas.

Ainda conforme a amostragem, 57,90% dos participantes disseram não ter assistido às teleaulas disponibilizadas pela Secretaria de Educação, mesmo tendo os equipamentos necessários para acompanhar as lições.

Dos 42,1% de pais, mães e responsáveis do grupo que assistiram à programação digital, 56% estão insatisfeitos e 19% declararam que os filhos não estão conseguindo acompanhar o conteúdo virtual. Apenas 25% dos pesquisados declararam estar satisfeitos com a alternativa da pasta em substituir as aulas presenciais pela EaD.

Veja os resultados: 

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Só celular

Segundo a diretora do Sinpro-DF Rosilene Corrêa, em muito lares, o celular é o único aparelho de conexão com a internet.

“Quem participou da pesquisa tem, no mínimo, o WhatsApp, o que não quer dizer que tenha notebook ou computador em casa, até mesmo internet, com condições de acesso às plataformas”, observou a dirigente sindical. “Os gestores repassaram o link no grupo de pais das escolas e houve uma participação expressiva e voluntária [na amostragem]. Isso só reforça a precariedade de nossa rede de ensino”, explicou.

Ela avalia que a decisão da Secretaria de Educação de tentar se organizar para uma volta às aulas por meio digital poderá resultar num método excludente. “A opção de não ter as aulas presenciais como solução para o pós-pandemia e, principalmente, agora, durante a pandemia, deixará mais de 25% dos estudantes do DF em abandono educacional”, completou.

Metodologia

A amostra foi realizada entre os dias 23 e 31 de maio com pais, mães e responsáveis por alunos regularmente matriculados no Distrito Federal. O sindicato disponibilizou um questionário com 14 perguntas em seu site e 10 mil deles foram respondidos, sendo 1.110 da rede privada e 8.887 da rede pública.

Cada questionário só podia ser respondido por um CPF verificado. Além da checagem de CPF, a pesquisa limitou o uso do IP, utilizado para acesso ao questionário, e adotou mecanismo de bloqueio de robôs.

Embora não possa representar a totalidade dos 460 mil alunos matriculados no DF, a “amostragem não probabilística por conveniência” demonstra um termômetro da realidade durante a pandemia local. O número representa apenas o universo daqueles que aceitaram participar da enquete.

Outro lado

Procurada, a Secretaria de Educação afirmou desconhecer a metodologia utilizada na pesquisa à qual o Metrópoles se refere e, portanto, “não comentará os resultados”.

Ainda conforme a pasta, “para elaborar o plano de ensino não presencial, a Secretaria de Educação do Distrito Federal considerou a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). A pesquisa, realizada em 2018 com critérios metodológicos reconhecidos tecnicamente, apontou que 94% dos estudantes da rede pública têm acesso à internet”, informa.

Na nota, a secretaria explica que o “plano de ensino não presencial, já entregue pela SEEDF ao Conselho de Educação do Distrito Federal, “prevê acesso a todos, por meio de aulas em quatro emissoras de televisão com sinal em todo o DF, e pela plataforma Google Sala de Aula“.

Segundo informou, o plano está em fase final de negociação para fornecimento de pacotes de dados gratuitos a estudantes e professores de todas as etapas e modalidades. “Aqueles que não tiverem acesso, receberão material impresso. Assegurado o acesso a todos, essas aulas passarão a contar como dias letivos, em data a ser anunciada oportunamente pela SEEDF.”

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Serão contempladas 40 escolas públicas do DF
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Aviso de suspensão das aulas na Escola Classe 102, no Recanto das Emas

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