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Saúde do DF cobra de hospitais informações sobre óbitos por Covid-19

Documento diz que as instituições seriam obrigadas a confirmar os casos suspeitos ou confirmados

atualizado

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enterro coronavirus 100 mil mortos11
1 de 1 enterro coronavirus 100 mil mortos11 - Foto: Jacqueline LIsboa/Especial Metrópoles

Embora já contabilize quase 2 mil mortes relacionadas à infecção por Covid-19, os números de óbitos durante a pandemia da doença no Distrito Federal podem ser maiores. Documento interno da Secretaria de Saúde obtido com exclusividade pelo Metrópoles revela que pelo menos 11 unidades locais estão, desde junho, sem notificar regularmente os casos terminais suspeitos ou confirmados em decorrência do Sars-Cov-2.

O alerta foi emitido no fim do mês de julho pela Gerência de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e de Transmissão Hídrica e Alimentar, setor ligado à Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde.

De acordo com o relatório, esses centros listados “não estão seguindo o fluxo estabelecido para as notificações dos óbitos suspeitos ou confirmados de Covid-19 ou Síndrome Respiratória Aguda Grave”.

Segundo informa o texto, do total, pelo menos cinco unidades são diretamente ligadas à pasta: Hospital Regional de Planaltina, Hospital Regional de Sobradinho, Hospital do Guará, Hospital São Vicente de Paula e Hospital da Criança José Alencar.

Este último, especializado em tratar crianças e adolescentes com câncer, informou à reportagem que desde a chegada do novo coronavírus à capital do país não houve registros de óbitos pela doença na unidade especializada e, portanto, não há o que se notificar à SES-DF.

O Hospital Regional de Planaltina determinou que as áreas responsáveis “se adequem às recomendações” do órgão.

Da rede privada, figuram no documento do GDF o Hospital Santa Marta, o Hospital Albert Sabin (608 Norte), o Hospital Clínicas e Fraturas, o Hospital Águas Claras e o Hospital Sarah.

Em nota, a Rede Ímpar no DF, responsável pelo Hospital Águas Claras, disse que todas as unidades do grupo “notificam casos suspeitos e ou confirmados com a Covid-19, desde o inicio da pandemia, conforme orientações dos órgãos oficiais”. A Rede Sarah afirmou, categoricamente, não atender casos de coronavírus.

O Hospital Santa Marta afirmou não ter sido notificado pela pasta. “Inclusive, a própria Secretaria confirmou ao Hospital que não há nenhuma pendência neste sentido”, diz nota enviada pela empresa e informa passar diariamente “todos os casos suspeitos ou confirmados da doença, além do monitoramento até a alta ou óbito”. É o mesmo posicionamento do Hospital Albert Sabin, que “reforça o seu compromisso com a transparência”.

Há citado na circular da SES-DF, ainda, o Hospital da Força Aérea Brasileira (HFAB). A reportagem procurou todas as unidades hospitalares notificadas pelo GDF e o espaço permanece aberto para aquelas que não se manifestaram.

O documento obtido pela coluna grifa que “todos os óbitos suspeitos ou confirmados de Covid-19 ou síndrome respiratória grave (Srag) devem ser notificados por duas maneiras”. De forma imediata após a sua ocorrência, em até 24 horas, por e-mail ou telefone à Gerência de Vigilância Epidemiológica e ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, ambos setores da pasta. A segunda possibilidade é pelo sistema eletrônico.

Todas as instituições foram acionadas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica para atualizarem as informações de forma urgente.

Veja fac-símile do documento:

Trecho do documento: unidades estão sem notificar oficialmente o GDF desde junho de 2020
O que diz a Secretaria de Saúde

Em contato com a coluna por meio da assessoria de imprensa, a pasta informou que “a equipe da vigilância epidemiológica monitora diariamente a notificação dos óbitos por Covid-19 e, semanalmente, realiza o levantamento das unidades silenciosas ou com atraso no envio dessas informações”, explicou por nota.

O texto reforça que “isso não gera prejuízo na divulgação dos dados, tendo em vista que a captação de óbitos é feita de várias maneiras, como pela comunicação direta via mensagem eletrônica, boletins, resultados laboratoriais, sistemas de informação e checagem de rumores. A notificação a que o documento se refere é no sistema oficial do Ministério da Saúde, o qual qualifica os dados dos óbitos e casos”, completa.

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Secretaria de Saúde, contudo, informa que não há risco de subnotificação
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O mês com mais mortes este ano —e também recorde para óbitos em apenas um mês— foi julho, quando foram 138.943 óbitos foram registrados

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Secretaria de Saúde, contudo, informa que não há risco de subnotificação

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