Roberto Jefferson sobre sucessora no PTB: “Se transformou em ruptura”
Graciela Nienov é acusada de traição por aliados do cacique após áudios serem divulgados em redes sociais e que criaram crise na legenda
atualizado
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A crise envolvendo a cúpula do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) rendeu mais um capítulo, neste domingo (30/1), após áudios da então presidente nacional Graciele Nienov serem divulgados nas redes sociais.
O presidente de honra da legenda, Roberto Jefferson, encaminhou uma carta aberta para que o advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha divulgasse à imprensa e aos filiados. O político está em prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No manifesto, o político disse que ficou “triste e abalado” depois de ter ouvido o conteúdo das trocas de mensagens no classificado “grupo secreto” da sucessora, acusada de traição por apoiadores de Jefferson. O cacique também informa que o vazamento teria ocorrido após um dos integrantes ter se desentendido internamente.
“A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência. A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela”, escreveu.
Acusada de traição, sucessora de Jefferson deixa comando do PTB
Traição
O líder partidário também afirma ter defendido, até o último momento, a permanência de Graciela Niemov no comando partidário, mesmo contrário ao posicionamento de aliados próximos, como a filha e ex-deputada Cristiane Brasil.
“Quando ela me visitava na prisão ela chorava, fazia minha Ana chorar, me fazia chorar, declarando amor, lealdade e compaixão. Como ao sair de lá ela podia fazer aquelas gravações no seu grupo secreto, de zombarias desconstrução? Como? Quem ela é na verdade? A Graci que chora pra mim ou a que ri de mim nas minhas costas no grupo secreto?”, desabafou.
Jefferson pede ao advogado que solicite autorização ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, para que a sucessora possa visitá-lo em casa nos próximos dias.
“Quanto a falar comigo, a Graciela sabe onde eu moro. Não sairei de casa, estou preso e incomunicável, somente podendo receber visitas de parentes próximos e de meus advogados como agora recebo. Decisão judicial. Peço a você que peça autorização ao Ministro para trazer a Graciela até aqui. Em caso de autorização, eu a receberei como só poderia ser, minha criatura querida. Como ser humano tem meu amor, mas perdeu minha confiança para presidir nosso PTB. Eu a edifiquei como uma grande líder para a vida. Ela quis me envolver com as cordas da sepultura”, finalizou.
Nienov apagou as redes sociais e não foi localizada pela reportagem. O espaço continua aberto para manifestações.
Leia a carta na íntegra:
“Gustavo, meu advogado, te entrego em mãos esta carta para que possa ser divulgada.
Não dei uma palavra contra a Graciela. Eu a defendi contra todos, até com você quando me chamava atenção em relação a ela eu brigava. Briguei contra todos, contra minha própria filha. Contra o Rondon, o Albuquerque e suas ameaças de morte. Tanto que ele procurou o Neskau para me ameaçar, e ele respondeu se for pessoalmente e de frente ele pagava para ver.
Fiz dela minha continuação, mas ela se transformou numa ruptura. Nada dissemos contra ela, só falávamos a favor. O mal que está sendo dito na mídia são palavras dela e do grupo dela. Nayara, Jefferson, Valadares e Paula. São diálogos deles num grupo secreto. As piores palavras saem dela, do Valadares e do Jefferson.
Chamam meu grupo de 5a. coluna, falam em terminar com a seita robertista, que meu grupo aluga a legenda, que meu grupo quer destruir o PTB.
Eu precisei ouvir 4 vezes as gravações do grupo secreto que eles formaram. Li várias vezes os tweets que eles escreveram. Minha cabeça se recusava a aceitar. Me abalou profundamente. Da Cristiane eu poderia esperar essas atitudes, mas da Graciela que eu gostava como filha, nunca.
Repito, a crise não foi forjada por nós, mas pelas palavras de Grupo secreto da Graciela, publicadas pela Nayara que brigou com o grupo.
A mim abalou. Ouvi várias vezes a zombaria feita contra mim e meus amigos. Se o PTB não tem hoje tantos deputados, foi porque nós colocamos os viciados para fora. Os presidentes regionais construirão uma nova e grande bancada.
A Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência. A Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela.
A Graciela foi pior de que a Cristiane para mim, que foi pior do que Brutus foi para Júlio César.
Quando ela me visitava na prisão ela chorava, fazia minha Ana chorar, me fazia chorar, declarando amor, lealdade e compaixão.
Como ao sair de lá ela podia fazer aquelas gravações no seu grupo secreto, de zombarias desconstrução? Como?
Quem ela é na verdade? A Graci que chora pra mim ou a que ri de mim nas minhas costas no grupo secreto?
Quanto a falar comigo, a Graciela sabe onde eu moro. Não sairei de casa, estou preso e incomunicável, somente podendo receber visitas de parentes próximos e de meus advogados como agora recebo. Decisão judicial. Peço a você que peça autorização ao Ministro para trazer a Graciela até aqui. Em caso de autorização, eu a receberei como só poderia ser, minha criatura querida.
Como ser humano tem meu amor, mas perdeu minha confiança para presidir nosso PTB. Eu a edifiquei como uma grande líder para a vida. Ela quis me envolver com as cordas da sepultura. Escrevo esta carta que te entrego profundamente triste e abalado.
Nossa força e vitória é Jesus!
Roberto Jefferson, um preso político.”