Roberto Jefferson ingressa com representação na Câmara contra Miranda
Presidente nacional do PTB ingressou pedido de perda de mandato contra deputado que denunciou suposta irregularidade na compra da Covaxin
atualizado
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Momentos após o Ministério da Saúde decidir suspender a compra da Covaxin, por solicitação da Controladoria-Geral da União (CGU), o presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), ex-deputado Roberto Jefferson, ingressou com uma representação para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avalie encaminhar o deputado Luis Miranda (DEM-DF) para o Conselho de Ética da Casa. O pedido foi protocolado na noite desta terça-feira (29/6).
Na peça, o cacique – conhecido pela postura bolsonarista – elenca uma série de argumentos alinhados com discursos dos senadores da base governista que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e que tentaram desconstruir a versão apresentada pelo congressista e o irmão, Luis Ricardo Miranda – servidor concursado do ministério – sobre as suspeitas do negócio milionário.
O petebista cita, por exemplo, a alteração contratual “realizada pelo próprio Ministério da Saúde” e a demora de quase três meses para que os irmãos Miranda apresentassem publicamente a denúncia de supostas irregularidades para adquirir o produto indiano.
De acordo com Jefferson, Luis Miranda teria se utilizado “da periclitante circunstância da pandemia mundial da Covid-19 a fim de criar uma narrativa com o único objetivo de prejudicar o presidente da República”. Por isso, o político condenado no processo do Mensalão pede a perda do mandato do autor das denúncias contra o governo Bolsonaro.
“Por ilação lógica, ao passo que o Parlamentar, ora Representado, levou a uma Comissão Parlamentar de Inquérito instalada no Senado Federal narrativa diversa dos fatos (dos quais ele tem total conhecimento) com o fito de prejudicar o Presidente da República, indubitavelmente infringiu o Código de Ética da Câmara dos Deputados (…). Assim, deixa de cumprir a Constituição ao cometer ilícito grave, desvalorizando as instituições, exercendo o mandato sem respeito à vontade popular, de má-fé e de maneira ímproba, desrespeita a autoridade do Presidente da República, e abusa da imunidade parlamentar para cometer ilícitos e violar inúmeros dispositivos”.