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Roberto Caldas pede à Justiça que ex não treine na mesma academia

Ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos é acusado de agredir a ex e juíza determinou medida protetiva para separar os dois

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Gil Ferreira/Agência CNJ
Juiz Roberto Caldas
1 de 1 Juiz Roberto Caldas - Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ

Em mais um capítulo do escândalo, o advogado trabalhista Roberto Caldas, ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, ingressou com petição na Vara da Família do Distrito Federal para questionar o fato de a ex-mulher, a estudante Michella Marys, estar matriculada na mesma academia onde ele recebe treinamento de personal.

Denunciado por Marys, na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de agredi-la física e verbalmente, Caldas teme que o ingresso da ex em sua academia seja estratégia dos defensores de Michella para que se quebre a medida protetiva decretada pela Justiça. Pela decisão, ele é obrigado a manter distância mínima de 200m dela. O processo corre sob sigilo.

“Ora, Excelência, por qual razão a ofendida se matricularia na academia do requerido, se solicitou medidas protetivas de proibição de aproximação e contato com o mesmo?”, questiona o acusado na petição datada de 25 de junho. No texto, ele relata que é matriculado na unidade há seis anos, e a ex já frequentava outro estabelecimento nas proximidades. Veja a petição abaixo.

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Personal contratada
Para a defesa de Michella Marys, o pedido de Roberto Caldas ultrapassa a linha da normalidade. “Isso é ridículo. Em primeiro lugar, a medida protetiva não a impede de frequentar academia nenhuma, ao contrário: o impede de chegar perto dela”, reagiu o advogado Pedro Calmon, representante da estudante. “Ou seja: basta que ele, quando a veja na academia, se for o caso, se afaste. Nada mais. Outra coisa, pelo que consta, ele não tem frequentando mais ao estabelecimento desde o dia do escândalo”, acrescentou.

Segundo o defensor, Michella era matriculada no local desde março de 2012 – antes, portanto, do ex-marido – e possui, inclusive, uma personal trainer exclusiva da academia para aulas que só podem ser dadas no próprio estabelecimento. Confira os documentos.

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Advogado também sustenta que a ex-mulher de Caldas já possuía contrato com personal exclusiva do estabelecimento
Michella e Caldas foram casados por 13 anos. A estudante de direito denunciou o ex-companheiro para a polícia após a separação
A estudante afirma sofrer agressões, físicas e verbais, do ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos
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Defesa de Michella Marys alega que ela é frequentadora antiga da academia

Material cedido ao Metrópoles
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Advogado também sustenta que a ex-mulher de Caldas já possuía contrato com personal exclusiva do estabelecimento

Reprodução
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Michella e Caldas foram casados por 13 anos. A estudante de direito denunciou o ex-companheiro para a polícia após a separação

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A estudante afirma sofrer agressões, físicas e verbais, do ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos

Arquivo Pessoal


Entenda o caso
O ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos foi acusado pela ex-mulher de violência física e verbal durante os 13 anos de união do casal. O caso foi denunciado pela Veja e aprofundado pelo Metrópoles. Para comprovar os argumentos, a estudante apresentou inúmeros áudios gravados em diversos anos da união. Em alguns deles, o advogado refere-se à então mulher como “cachorra” e “vagabunda”. Uma das gravações também sinaliza possível agressão física de Caldas contra a ex-mulher.

Com a denúncia de Michella, antigas funcionárias da família passaram a denunciar assédio do ex-patrão. Pelo menos três babás dos filhos de Roberto Caldas afirmaram ter recebido investidas sexuais do ex-integrante da Corte de Direitos Humanos. De acordo com o processo, que corre na Vara de Família do DF, Caldas chegou a ter relacionamentos com duas empregadas simultaneamente.

Após a repercussão do caso, Roberto Caldas pediu afastamento definitivamente da CIDH. Além disso, o advogado deixou o escritório onde era sócio, o qual retirou o sobrenome Caldas da razão social da empresa. A Justiça determinou também medida protetiva a favor da estudante e proibiu que o advogado se aproxime fisicamente da ex-mulher. A defesa solicitou ainda exames ao Instituto Médico Legal (IML) para comprovar possíveis danos psicológicos causados pelas recorrentes agressões contra Michella.

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