Remédio usado em reprodução humana no DF pode ir para o lixo
Com validade prevista para setembro, Secretaria de Saúde corre contra o tempo para doar Alfafolitropina para outras unidades da Federação
atualizado
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Um remédio usado no tratamento de reprodução humana corre o risco de ser descartado por estar quase perdendo a validade. O produto foi adquirido em 2018 pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Pelos cálculos da pasta, o estoque de 351 unidades de Alfafolitropina (solução injetável) pode causar um prejuízo total de R$ 260,9 mil aos cofres públicos.
O remédio é indicado para induzir, por exemplo, a ovulação em mulheres com dificuldades no sistema reprodutivo, tratamento realizado pelo Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Contudo, com a crise sanitária causada pela Covid-19, os acompanhamentos acabaram suspensos, o que reduziu consideravelmente o consumo do fármaco.
De acordo com a unidade especializada, a atual medicação já vem de uma troca com fornecedor devido ao vencimento, ocorrido em julho do ano passado. “O produto está na geladeira há cerca de 5 meses e nesse período houve uma única distribuição”, informou. Consta no documento que seriam necessários 62,4 meses para que o estoque fosse distribuído por completo, tendo em vista a média do consumo da fórmula.
“A única possibilidade vislumbrada por esta diretoria para evitar a perda do produto é doá-lo a outros serviços públicos de reprodução assistida, em outros locais do Brasil, já que no DF o único serviço que realiza esse tipo de atendimento é o Hmib”, reforçou. De acordo com o hospital, já ocorreu perda recente, estimada em R$ 30 mil, por vencimento do medicamento urofolitropina, também usado para estimular o processo de ovulação.
A unidade também reforça que há outras medicações do mesmo grupo, utilizadas no serviço de reprodução humana, e que também correm o risco de perda, como a Gonadotropina humana, usada na menopausa.
O que diz a Secretaria de Saúde?
Procurada, a Secretaria de Saúde informou que tem ciência do documento e já está entrando em contato com órgãos públicos que façam uso do item para uma possível doação. “A pasta ressalta que, devido à pandemia, houve redução do atendimento realizado pela reprodução humana do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib)”, pontuou.