Queiroga vai apurar “troca de leitos” no hospital de campanha do Mané
Declaração do ministro da Saúde ocorreu durante audiência pública na Câmara dos Deputados para falar sobre combate à pandemia da Covid
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que vai apurar a situação dos 200 leitos de UTIs que teriam sido usados como enfermaria no extinto Hospital de Campanha do Mané Garrincha, unidade temporária de Covid-19 instalada no centro da capital federal.
A declaração ocorreu, nesta quarta-feira (31/3), durante audiência pública extraordinária conjunta das comissões de Direitos Humanos e Seguridade Social, quando o novo titular da pasta foi à Câmara dos Deputados para explicar as ações no combate à pandemia.
Durante a oitiva, a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) pediu providências ao ministro sobre as supostas irregularidades na contratação desses leitos de UTI e que foram confirmadas por integrantes da Secretaria de Saúde ao Congresso Nacional.
“Precisamos de transparência no uso do dinheiro público e de uma gestão que garanta atendimento à população”, afirmou.
Entenda o caso
Recentemente, o subsecretário de Atenção Integral à Saúde do Distrito Federal, Alexandre Garcia Barbosa, afirmou que o Hospital de Campanha do Mané Garrincha previa, inicialmente, leitos de unidades de terapia intensiva (UTI), mas foram entregues leitos simples sem suporte avançado.
A declaração foi dada durante reunião da Comissão Especial instalada no Congresso Nacional para acompanhar as medidas contra a Covid-19 no Distrito Federal. De acordo com o atual gestor, o contrato era para 200 leitos de UTI a serem instalados, mas os pacientes contaram apenas com leitos de enfermaria.
“Quando o projeto nasceu, estava previsto que houvesse 200 leitos de UTI. Foi descrito como UTI, visualizado, mas, na prática, quando a primeira visita foi feita pelos executores do contrato, notou-se que eram 197 leitos de enfermaria. É por isso que eles não foram autorizados a serem pagos e o restante dos contratos está sob investigação. Então, o pagamento está suspenso e houve, sim, um problema entre o contrato e a execução”, disse Alexandre Garcia Barbosa, ao se referir ao comando anterior da Secretaria de Saúde.
Na mesma reunião, o promotor de Justiça Georges Seigneur negou que houvesse qualquer pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDF) para que o hospital de campanha fosse desativado.
A comissão recebeu ainda relatos de que a estrutura do Mané Garrincha não tinha condições adequadas para receber leitos de UTI. Com a informação, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) recomendou que os pagamentos à empresa contratada fossem interrompidos.