Pulmão da avó de Michelle Bolsonaro está comprimido e ainda comprometido
Pneumatórax na região pleural fez com que a equipe médica optasse por um dreno, que tem sido monitorado pelos intensivistas do HRSM
atualizado
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O quadro clínico da avó materna da primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, intubada em decorrência da Covid-19, continua grave, segundo informações apuradas pelo Metrópoles nesta sexta-feira (10/7). Ela está internada no 5º andar do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), onde ficam os leitos da unidade de terapia intesiva (UTI) de pacientes infectados pelo Sars-Cov-2.
A aposentada Maria Aparecida Firmo Ferreira, de 80 anos, teve um pneumotórax hipertensivo – acúmulo de ar na região pleural, que está sob pressão, o que resulta na compressão dos pulmões e diminui o retorno venoso para o coração. Um dreno torácico foi realizado nos últimos dias. Ele surgiu por complicação de doença pulmonar previamente conhecida, causada pelo novo coronavírus.
Embora o diagnóstico possa ser realizado por um exame de raio-x, diante da emergência médica que representa, com quadro de grave colapso cardiocirculatório, principalmente se o paciente estiver em ventilação mecânica, a opção do dreno foi a medida imediata para esvaziar o ar, normalizando o regime tensional.
Pelo estado de saúde e pelo alto risco de infecção da Covid-19, a idosa não tem recebido visita de parentes, que são atualizados por telefone sobre o quadro clínico. Nesta sexta-feira, duas pessoas tentaram ter acesso ao leito da paciente, mas foram impedidas pelos funcionários da unidade hospitalar. Eles se apresentaram como familiares de Maria Aparecida, segundo informações apuradas pela coluna.
Despertar
Na quinta-feira (9/7), com aparente melhora, a idosa despertou por instantes após a equipe médica do Hospital Regional de Santa Maria decidir interromper, momentaneamente, a prescrição de drogas vasoativas, como dopamina e adrenalina. O recurso foi usado para que os especialistas avaliassem o quadro clínico geral da paciente, além da parte respiratória, a qual ainda é motivo de preocupação. Ela segue intubada e sem previsão de troca de protocolo.
Maria Aparecida está com suporte intensivo, com vigilância respiratória constante e recebe cuidados com dreno torácico, já que há riscos de infecção. Por isso, ela segue administrada com antibióticos.
Conforme revelado pelo Metrópoles, Maria Aparecida Ferreira Firmo teve comprometimento de 78% do pulmão, o que preocupa os intensivistas. Mesmo com ajuda de aparelhos, a função pulmonar da idosa está com 40% de oxigênio (o ideal da saturação é entre 95% e 100%) e requer atenção cuidadosa.
Os médicos avaliaram que, embora o quadro dela seja grave, os sistemas neurológico e cardíaco seguem preservados. Desde domingo (5/7), Maria Aparecida recebe alimentação líquida, alternativa mais utilizada quando a ingestão de nutrientes pela boca está impossibilitada. O processo mais comum é injetar um cateter ligado a uma bolsa de soro fisiológico em uma veia do braço. Ela tem respondido bem ao procedimento.
Assistência
A reportagem procurou o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), gestor do HRSM, que informou por nota que “a paciente está recebendo toda a assistência necessária ao quadro de saúde”.
Maria Aparecida Firmo foi transferida para a unidade hospitalar na quarta-feira (1º/7), quando passou a ser atendida nos boxes de emergência.
A aposentada seguiu para internação primeiramente no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), sentindo falta de ar, após passar mal, cair e desmaiar em uma das ruas do Sol Nascente, onde mora. Pela gravidade do quadro, foi levada ao HRSM por um vizinho que a encontrou desacordada na porta de uma farmácia.