PSol cria plataforma para pressionar por cassação de Daniel Silveira
Preso por ataques ao STF, deputado bolsonarista virou alvo de um abaixo assinado virtual o qual já registrou mais de duas mil adesões
atualizado
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Os parlamentares filiados ao Partido Socialismo e Liberdade (PSol) lançaram, nesta quinta-feira (18/2), uma plataforma digital para pressionar a Câmara dos Deputados a votar pela cassação de Daniel Silveira (PSL-RJ), preso após gravar vídeo com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Até o início da tarde, mais de duas mil adesões já haviam sido registradas.
Na página, usada para recebimento das assinaturas, os criadores criticam a trajetória política do congressista, segundo os autores, marcada “por crimes, mentiras, discurso de ódio e atos de violência”.
“Acreditamos que não há condições para que Daniel Silveira seja mantido no cargo de deputado federal. Seu comportamento criminoso de ataque às liberdades democráticas precisa ser condenado. O povo brasileiro rechaça a ditadura e a apologia ao AI-5, ferramenta do arbítrio e da tirania. Por isso, apelamos para que apoie a cassação do deputado no Conselho de Ética da Câmara”, escrevem os autores.
Uma das idealizadoras do movimento virtual, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP, foto em destaque) afirmou que toda pressão social para manter a prisão do é necessária.
“Nós esperamos que a Câmara dos Deputados dê uma resposta à altura dos problemas que Daniel Silveira representa”, alerta.
Prisão
A prisão de Daniel Silveira foi autorizada após o congressista postar vídeo nas redes sociais atacando todos os ministros do STF, com especial destaque a Edson Fachin, que subiu o tom contra uma declaração de 2018 feita pelo ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.
No vídeo, o deputado afirma que os 11 ministros do Supremo “não servem para porra nenhuma para este país” e deveriam ser destituídos para a nomeação de “11 novos ministros”. “Vocês nunca mereceram estar aí, e vários também que já passaram não mereciam. Vocês são intragáveis, inaceitáveis, intolerável Fachin”, disparou o político fluminense.
No despacho, a prisão em “flagrante delito” do bolsonarista, parlamentar em pleno exercício do mandato, foi justificada pelo ministro Alexandre de Moraes com o que ele considera “crime inafiançável”.