Preso 2 vezes, ativista é absolvido por acusação de crime ambiental
Thiago Ávila convocou manifestação para impedir a derrubada da Escolinha do Cerrado, no ano passado, e chamou atenção do Brasil
atualizado
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Preso duas vezes, entre março e abril de 2021, o ativista socioambiental Thiago Ávila foi absolvido, nesta terça-feira (19/7), da acusação de crime ambiental. O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) pedia a condenação de até 3 anos de reclusão.
De acordo com o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Ávila não cometeu crime ambiental. Ainda cabe recurso.
“Como visto, a prova judicial demonstra que a intenção do acusado – assim como das outras pessoas que estiveram no local, não era prejudicar o meio ambiente, mas apoiar as famílias e a escola; podem ter agido de maneira equivocada, mas não cometeram crime ambiental”, registrou na decisão.
Thiago Ávila ganhou engajamento quando, no ano passado, tentou impedir a derrubada da Escolinha do Cerrado e, também, o despejo da comunidade de catadores de recicláveis que ocupam uma região próxima ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
“Eu nunca cometeria um crime ambiental. É justamente o contrário: luto contra problemas sociais e ambientais. A ação do governo foi truculenta e a prisão só uma forma de eu ser penalizado”, destaca Thiago.
Com o risco de condenação, artistas e personalidades do país passaram a fazer campanha e abaixo-assinado em defesa de Ávila e pedindo a inocência.
A campanha #thiagoavilainocente já mobilizou mais de 100 mil pessoas nas redes sociais e mais de 30 mil adesões no abaixo-assinado.
Foram realizadas manifestações, moções de apoio de organizações, movimentos, associações e partidos políticos que defendem pautas ecológicas para denunciar a criminalização dos manifestos do ativista socioambiental.
“O Thiago Ávila é um ativista, socioambientalista, que faz um trabalho lindo e forte nesse país. E ele está correndo o risco de ser condenado por crime ambiental por defender a Escolinha do Cerrado no CCBB. Eu lembro das lives em que eles estavam lá defendendo aquele espaço de educação, de resistência, aquelas famílias”, defendeu a Alanis Guillen, que interpreta a nova versão de Juma em Pantanal.