Pesquisa revela que 73,8% dos pais pedem retorno gradual das aulas no DF
Estudo feito pelo Sinepe-DF também mostra que responsáveis desejam ter liberdade de optar pela melhor hora de retomar as atividades
atualizado
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Uma pesquisa on-line realizada pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF) revela que muitos pais ou responsáveis por alunos matriculados que responderam às perguntas direcionadas são favoráveis ao retorno gradual – e não imposto – das atividades escolares.
A maioria dos entrevistados também prefere que as aulas só sejam retomadas em julho, portanto, um mês após a atual determinação do governador Ibaneis Rocha (MDB).
De acordo com o levantamento ao qual o Metrópoles teve acesso, 73,8% dos responsáveis pelos alunos, tanto de estabelecimentos públicos como privados, acreditam que a melhor estratégia é um recomeço seguro das rotinas escolares, enquanto outros 26,2% consideram inviável o retorno no momento. A amostra foi realizada no período de 11 a 18 de maio, com a participação de cerca de 34 mil pessoas.
O material indica ainda que, segundo os entrevistados, 90% dessas escolas privadas estão desempenhando as atividades de forma remota (não presenciais) para os alunos durante o período da quarentena. Nesses estabelecimentos, os números mostram que 56,5% dos pais estão satisfeitos e 15,2% se encontram muito satisfeitos, totalizando 71% de reações positivas com a proposta estabelecida durante o período de isolamento social.
Questionados sobre a melhor data para os alunos voltarem às aulas, 57% dos entrevistados responderam ser o dia 15 de julho, em virtude dos índices de proliferação da Covid-19. Outros 24% defendem o mês de junho como o melhor. As datas disponibilizadas levaram em consideração as perspectivas do cenário desenhado no momento de aplicação da análise.
“A pesquisa mostra que podemos fazer um retorno planejado, organizado e com todas as medidas de segurança esperadas pela comunidade escolar. Por meio dos dados coletados pela pesquisa, conseguimos, por exemplo, retomar a atividade presencial de forma optativa para as escolas e alunos, juntamente com a aprovação de um protocolo de segurança e profilaxia a ser amplamente divulgado dentro das instituições”, pondera Álvaro Domingues, presidente do Sinepe-DF.
Veja a pesquisa
Relatório Da Pesquisa – Ret… by Metropoles on Scribd
Retorno opcional
Por ser uma comunidade heterogênea, a possibilidade de se optar entre aula presencial ou manutenção das videoaulas ganha força, segundo os números apresentados pela pesquisa. Isso porque, com a volta gradual das atividades econômicas no DF, conforme decisão judicial recente, os pais terão de retornar ao trabalho, o que criaria mais uma preocupação sobre com quem deixar os filhos.
“Essa é a realidade que mais nos preocupa. Muitos de nossos clientes encontram nas escolas um ambiente seguro para abrigar seus filhos enquanto retomam as atividades laborais. Defendemos sempre um retorno opcional para as escolas, deixando os pais à vontade para decidir se é o momento ideal para enviar os filhos para as aulas ou se ficam mais seguros mantendo a quarentena dentro de casa com aulas remotas”, emendou.
Para os entrevistados, o retorno deverá ser gradual e por faixa etária, dos maiores para os menores. Grande parte de pais e responsáveis da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental prefere que seus filhos estejam no terceiro grupo a ter aulas. Já os anos finais do ensino fundamental estariam com a data de volta prevista no segundo grupo e, na vanguarda, os alunos do ensino médio, considerando que a etapa está atrelada aos processos seletivos para ingresso no ensino superior, como vestibulares, Exame Nacional do Exame Médio (Enem) e Programa de Avaliação Seriada (PAS).
Levantamento
O Sinepe-DF abriu a pesquisa para os pais no período de 11 a 18 de maio, e contou com a participação de 34 mil respostas. Atualmente, a rede privada tem um universo de 180 mil estudantes matriculados. Segundo a entidade, o foco foi obter os dados da rede de ensino particular, alcançando êxito com 89,7% de retorno (30.369 formulários preenchidos). No entanto, houve também a participação da rede pública, com apenas 10% de resposta (3.486 formulários preenchidos).