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PCDF intimará professor sobre suspeita de vazamento em concurso

Corporação instaurou inquérito e vai apurar denúncias. Se forem comprovadas, autor pode ser preso e certame para escrivão fica comprometido

atualizado

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André Borges/Metrópoles
Direção da PCDF promove mudanças em cargos de chefia em vários departamentos
1 de 1 Direção da PCDF promove mudanças em cargos de chefia em vários departamentos - Foto: André Borges/Metrópoles

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) decidiu instaurar inquérito para apurar as suspeitas de vazamento do edital para o concurso de escrivão da corporação, publicado, nesta quinta-feira (05/12/2019), no Diário Oficial (DODF). As investigações estão sob responsabilidade da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), que vai intimar o professor  Carlos Alfama, do Zero Um Concursos, responsável por publicar o texto nas redes sociais antes de o edital ser divulgado.

Conforme o Metrópoles mostrou, o docente do cursinho preparatório deu detalhes do conteúdo da prova horas antes de o Governo do Distrito Federal (GDF) publicar oficialmente o edital. Após o fato, o diretor da PCDF, Robson Cândido, esclareceu à reportagem ter determinado que a instituição apurasse rigorosamente a suspeita de crime. A intimação será feita nesta sexta-feira (06/12/2019). Segundo ele, se confirmado o vazamento, o delito é “punível com prisão”. O certame, neste caso, ficaria comprometido.

Paralelamente, no âmbito administrativo, a Casa Civil do DF também informou que abriu sindicância interna para levantar sobre quais circunstâncias as informações foram repassadas antes mesmo da publicação. O órgão é o responsável pelos atos oficiais do Palácio do Buriti.

Entenda o caso

Na noite de quarta-feira (04/12/2019), Carlos Alfama, do Zero Um Concursos, divulgou o dia exato da prova e, inclusive, que a disciplina de estatística não cairia no exame. Contudo, o edital com os detalhes da disputa foi publicado apenas nesta quinta-feira (05/12/2019). Os internautas logo passaram a fazer postagens levantando a hipótese de fraudes.

“Professor, não me leve a mal, sou fã de vocês, indico o trabalho, mas são 5h39 da manhã do dia 05/12//2019 e o DODF de hoje ainda não foi publicado. Quando o DODF de hoje sair e for publicado o edital, vocês terem tido acesso a ele antecipadamente não pode atrapalhar o certame?”, escreveu uma internauta.

“Muito estranho!! Se ele teve acesso ao edital antes de todos, já possui tais informações, podemos até duvidar da credibilidade do concurso”, reclamou outro seguidor.

Confira algumas das publicações:

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Ele também publicou o edital no início da madrugada desta quinta, e seguidores disseram que não havia o documento na página oficial do GDF
Após a polêmica, seguidores passaram a temer o cancelamento do edital
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Professor falou ao vivo, no dia anterior à publicação, detalhes sobre o edital do concurso

Reprodução / Instagram
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Ele também publicou o edital no início da madrugada desta quinta, e seguidores disseram que não havia o documento na página oficial do GDF

Reprodução / Instagram
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Após a polêmica, seguidores passaram a temer o cancelamento do edital

Reprodução / Instagram

Leia aqui a matéria do Metrópoles com detalhes do edital.

Responsabilidade criminal

O Palácio do Buriti também foi acionado pela coluna e, por meio da Casa Civil, informou que “a divulgação não implica prejuízo ao certame, pois a informação já seria pública na manhã desta quinta-feira (05/12/2019). Esclarece, ainda, que será aberto um inquérito para apuração dos fatos, pois é de competência da Casa Civil a gestão do Diário Oficial do Distrito Federal e a análise dos documentos recebidos para publicação, porém, a editoração e paginação ficam a cargo da Imprensa Nacional, com quem o GDF tem convênio”.

Em nota distribuída à imprensa após a publicação desta reportagem, o professor Carlos Alfama afirmou que “o edital da PCDF estava circulando nos grupos de WhatsApp de madrugada, por volta de 2 horas. Todos os donos de cursos compartilharam a notícia assim que acordaram. Até porque se o documento estava em uma página do Diário Oficial era porque devia estar publicado em algum lugar”.

“Fui o Zero Um a acordar”, disse ele. “Agora, começa um mimimi de que o documento era sigiloso até 7h… sério? Diário Oficial é sigiloso desde quando?”, completou.

Sobre a live feita na noite anterior à publicação do edital, Alfama disse: “Eu falei mil vezes que não vi o edital. Que não sabia se cairia administrativo. Mas que o que tinha ouvido falar era que a prova seria dia 15/3 e etc… Deixei claro que podia mudar ou ser diferente”.

Por meio da assessoria de imprensa, o Curso Zero Um negou que tenha havido vazamento antecipado do edital ao professor Carlos Alfama. “São infundadas as informações”, garantiu. Segundo a empresa, o professor “apenas divulgou dados que já encontravam-se difundidos em redes sociais.”

Veja a nota na íntegra do curso:

“A Zero Um Concursos vem a público esclarecer, em nome do professor Carlos Alfama, que são infundadas as informações de que houve vazamento do edital, ou mesmo antecipação de informações.

O que o professor fez foi apenas divulgar dados que já encontravam-se difundidos em redes sociais, como WhatsApp e Telegram, e fez o repostamento.

Esclarece, ainda, que não teve acesso algum ao documento oficial publicado ou fonte do governo.

O Diário Oficial do DF quem trouxe os dados informados – previsivelmente – mencionados pelo professor.”

 

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