Pandemia arrefece e taxa de desemprego no DF cai de 18% para 15%
Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF) foi divulgada pelo IPEDF Codeplan e pelo Dieese nesta terça-feira (26/7)
atualizado
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A taxa de desemprego total no Distrito Federal caiu de 18,7% para 15,6% entre junho de 2021 e de 2022. É o que mostra a Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF), feita pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF Codeplan) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada nessa terça-feira (26/7).
No mesmo período, a taxa de participação — proporção de pessoas com 14 anos ou mais incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas — reduziu, ao passar de 65% para 64,2%.
Nos últimos 12 meses, o contingente de desempregados diminuiu, como resultado do aumento do nível ocupacional — 57 mil postos de trabalho a mais —, em número bastante superior à variação positiva da População Economicamente Ativa (PEA) — 5 mil pessoas entraram no mercado de trabalho.
O aumento na ocupação derivou do crescimento no setor de serviços, no comércio e reparação e na construção, além de pequena elevação na indústria de transformação; e, segundo a forma de inserção, do aumento do assalariamento no setor público e no setor privado com carteira.
Além do mais, a flexibilização das restrições de combate à pandemia da Covid-19 e a ampliação da vacinação contribuíram para a tendência de queda na taxa de desemprego no DF desde o ano passado, como explica Roberto Piscitelli, especialista em finanças públicas.
“Diante da retomada econômica, houve reação do mercado de trabalho, principalmente na área de prestação de serviços, que é predominante na capital do país e se ressentiu durante a pandemia. Essa queda no desemprego deve continuar em intensidade menor, porém ainda percebemos que é uma taxa elevada”, destaca Roberto.
Ainda de acordo com o especialista, o período de campanha eleitoral neste ano deve contribuir para a geração de novos empregos. “São ocupações temporárias, mas que empregam muitos trabalhadores na divulgação e promoção dos candidatos”, acrescenta.
Comparação com maio
Em relação a maio de 2022, a taxa de desemprego total teve oscilação negativa ao variar de 15,8% para 15,6% da PEA. A taxa de participação ficou praticamente estável ao passar de 64,3% para 64,2%.
Neste mesmo período, o contingente de desempregados variou negativamente como resultado da variação positiva do contingente de ocupados — mais 4 mil postos de trabalho.
O nível de ocupação também teve variação positiva (0,3%), e o contingente de ocupados foi estimado em 1.393 pessoas. Setorialmente, esse resultado decorreu do aumento no comércio e reparação (4,6%, ou 11 mil) e na construção (5,4%, ou 4 mil) e do decréscimo observado no setor de serviços (-1,3%, ou -13 mil), enquanto não se alterou o número de trabalhadores na indústria de transformação.
Desemprego
Em junho deste ano, o contingente de desempregados foi estimado em 257 mil pessoas, 3 mil a menos do que o observado no mês anterior. A oscilação negativa da taxa de desemprego total — de 15,8% para 15,6% — refletiu a pequena retração da taxa de desemprego aberto, que passou de 13,4% para 13,1%, e a relativa estabilidade da taxa de desemprego oculto, de 2,4% para 2,5%.
O desemprego aberto refere-se às pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias anteriores ao da entrevista e não exerceram nenhum trabalho na semana anterior. Já o desemprego oculto pelo trabalho precário compreende as pessoas que procuraram emprego nos 30 dias anteriores ao dia da pesquisa, ou nos últimos 12 meses, e que realizam, de forma irregular, algum trabalho remunerado ou não.
Por último, o desemprego oculto pelo desalento trata das pessoas sem trabalho e que não o procuraram nos últimos 30 dias antes da entrevista por desestímulo do mercado de trabalho, ou por circunstâncias imprevistas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos 12 meses.