“Não sei se ele se acovardou”, diz Miranda sobre depoimento do irmão
Deputado também acusou ministro da Justiça de politizar pedido de inquérito contra ele por disputar mesmo eleitorado do DF
atualizado
Compartilhar notícia
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, nesta terça-feira (20/7), que o pedido feito pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, para que o Supremo Tribunal Federal (SFT) autorize abertura de investigação contra o parlamentar é uma “tentativa de calar as testemunhas”.
A justificativa de Torres é que o congressista teria cometido “denunciação caluniosa” ao acusar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de prevaricação por, supostamente, não ter dado prosseguimento às denúncias de supostas irregularidades na aquisição da Covaxin pelo Ministério da Saúde.
“É uma tentativa de me intimidar mais uma vez, nas vésperas do meu depoimento, de tentar calar a testemunha. A imprensa sabe que eu tenho todas as provas que eles de certa forma conseguiram calar meu irmão, não sei se meu irmão se acovardou ou se de fato ele não tem [as provas], mas eu tenho todas, porque ele encaminhou para mim, entendeu? E agora eles passam por cima de mim e, como sempre, tentam calar as testemunhas e ninguém faz nada. Todo mundo assiste a isso de camarote”, afirmou.
Luis Miranda tinha marcado o depoimento na Polícia Federal para a tarde desta terça-feira (20/7), mas decidiu adiar para a próxima semana, porque vai acompanhar a filha num campeonato brasileiro de kart.
Um dos responsáveis por escancarar o escândalo da compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde, o parlamentar também acusou o ministro da Justiça de motivação política por ter solicitado o pedido de abertura de investigação contra ele (Miranda).
“O Anderson Torres é candidato a deputado federal no mesmo estado [que eu], o Distrito Federal. Quer dizer, o ministro da Justiça, que é meu concorrente nas próximas eleições. A base dele é a segurança pública – a mesma que a minha –, e, por isso, para ele é muito conveniente essa ação, mas não se preocupe. Eu confio na Justiça, confio na PF, no STF e tenho certeza absoluta de que não prosperarão atitudes de mau caráter de algumas pessoas”, disse.
O parlamentar voltou a proteger o presidente Jair Bolsonaro, ao reforçar que não partiu dele a acusação de que o titular do Palácio do Planalto teria prevaricado por não encaminhar as denúncias sobre a Covaxin às autoridades legitimadas para investigar o caso.
“Não tem embasamento nenhum, tendo em vista que, primeiro, nós não denunciamos o presidente, nós não denunciamos prevaricação de ninguém em nenhum momento, pelo contrário: denunciamos ao presidente suspeitas de desvio de conduta por parte dos servidores em um contrato de importação de vacinas. A decisão se o presidente deveria ter feito algo ou não, se prevaricou ou não, isso não cabia a nós. Então como que nós podemos estar respondendo dentro desse processo por denunciação caluniosa?”, disse.