“Não há elementos para confirmar transmissão comunitária da Delta no DF”, diz secretário
Nova variante foi encontrada em 6 brasilienses, mas Secretaria de Saúde aguarda investigação para reconhecer se o vírus circula pelo DF
atualizado
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O Governo do Distrito Federal (GDF) afirmou, nesta quarta-feira (21/7), que ainda “não há elementos” para confirmar a transmissão comunitária da variante Delta detectada em 6 moradores do Distrito Federal. A informação foi dada pelo secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, durante coletiva de imprensa no Palácio do Buriti.
Os casos confirmados com a nova cepa da Covid-19 estão sendo analisados pelo Centro de Investigação de Emergência e Vigilância em Saúde, órgão da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
“Ainda não há elemento suficiente para falar se há transmissão comunitária [da variante Delta] aqui no Distrito Federal. Após todos esses essas informações, esses testes e essas análises é que será possível fazer essa divulgação”, afirmou.
Também presente na coletiva, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, detalhou que a investigação até agora demonstrou que pelo menos um dos pacientes confirmados com a mutação do vírus teve contato com pessoa infectada de outro estado.
“Os seis casos estão sendo investigados. Estão observando o rastreamento de cada um dos seis pacientes, por onde andaram, contato que têm diariamente”, disse o secretário de Saúde, Osnei Okumoto. Nenhum dos pacientes está hospitalizado, embora um tenha apresentado dificuldade respiratória leve, segundo pontuou.
Segundo ele, há 4 casos sendo analisados ainda em Planaltina e mais um na cidade de Vicente Pires.
Nova variante
A Secretaria de Saúde confirmou, nesta quarta-feira (21/7), a contaminação de moradores do Distrito Federal pela nova variante Delta. De acordo com a pasta, a nova cepa da Covid-19 foi encontrada em 67 amostras durante análise de epidemiológica realizada pelo Laboratório Central (Lacen-DF), onde são monitorados e sequenciados todos os casos ativos da doença.
A mutação foi identificada em pacientes de Planaltina, do Plano Piloto e de Santa Maria. Há quatro pessoas que tiveram contato com esses pacientes infectados pela variante que estão sendo monitoradas para saber se foram contaminadas e se a cepa adquirida por elas é a indiana. Caso confirmado, caracteriza-se transmissão comunitária.
Estudos recentes indicam que a variante Delta do novo coronavírus, originária da Índia, é a mais contagiosa entre todas as cepas já sequenciadas. Segundo pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS), essa mutação tem transmissibilidade 97% maior do que a cepa original do coronavírus, que teve origem na China.
A variante Delta já está presente em mais de 96 países, é predominante em alguns deles, e preocupa a OMS. A estimativa da entidade é que, em alguns meses, a variante prevaleça em todo o mundo.
No Brasil, alguns casos da Covid-19 causada pela variante já foram identificados em estados como Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Até o momento, foram registrados dois óbitos em pessoas com a cepa: uma gestante de 42 anos no Paraná, e um tripulante de 54 anos de um navio chinês atracado no Maranhão.
Para evitar mais um pico da pandemia no país, algumas unidades federativas pretendem antecipar a segunda aplicação da vacina – visto que a maioria dos imunizantes se mostrou eficaz contra a variante, até o momento, mas funciona melhor após a administração da segunda dose. No Reino Unido, por exemplo, a maior parte dos infectados é composta por jovens que ainda não se vacinaram e pessoas com mais de 50 anos que não receberam a segunda dose.
A Delta é considerada a variante mais transmissível entre as cepas do coronavírus. Por conta de um conjunto de mutações, ela é mais eficaz em invadir as células do corpo e se multiplica em maior quantidade do que as versões prévias do Sars-CoV-2.
A cepa também causa sintomas um pouco diferentes dos já esperados para a infecção por Covid-19; entre os principais prognósticos da variante Delta, incluem-se: nariz escorrendo, dor de cabeça, febre e dor de garganta. A perda de olfato e paladar, tão frequente em infecções com outras mutações, não apresenta tanta reincidência.
Entenda, na galeria, como funcionam as variantes: