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Mulher trans acusada de cobrar por cirurgia no HRT voltará a ser homem, diz igreja

Ruby Lopes era enfermeira na unidade hospitalar e teria cobrado dinheiro de pacientes para acelerar procedimentos cirúrgicos

atualizado

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Acervo pessoal
ruby lopes
1 de 1 ruby lopes - Foto: Acervo pessoal

A Igreja Pentecostal Assembleia do Trono de Deus anunciou, por meio das redes sociais, que uma transexual voltará a adotar a identidade do sexo de nascimento. O material divulgado nas páginas da Trono de Deus indica que Ruby Lopes, nascida como Edson, atualmente com 40 anos, deixará de se comportar como uma mulher e voltará a usar roupas consideradas masculinas.

A “atração” consta no flyer virtual para divulgar a inauguração do templo da entidade evangélica, localizada em Ceilândia, próxima à Feira do Produtor. “Transformação do ex-travesti Ruby da Saúde”, diz o material publicitário ao indicar a possível troca de gênero. O evento está marcado para a próxima quinta-feira (20/8), às 20h.

Ruby é militante antiga da causa LGBTQI+ no Distrito Federal e chegou a ser madrinha de edições da tradicional Parada do Orgulho, realizada para conscientizar e dar visibilidade ao movimento. Contudo, recentemente, foi protagonista de outro episódio: ela foi acusada pela Polícia Civil (PCDF) e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) de vender prioridades de atendimento cirúrgico no Hospital Regional de Taguatinga.

De acordo com os investigadores, a transexual teria se valido da condição de supervisora da emergência e da vulnerabilidade dos pacientes para prometer “furar” a fila de cirurgias. No entanto, as investigações levam a crer que nem sempre ela cumpria a promessa. O inquérito aponta que ela cobrava até R$ 5 mil dos pacientes para antecipar cirurgias que poderiam demorar meses. Áudios mostram a profissional negociando materiais de procedimento cirúrgico por R$ 350.

Ao site Guia Gay Brasília, parceiro do Metrópoles, Ruby Lopes – que já foi candidata a deputada distrital e uma das primeiras transexuais a ocupar um cargo na Câmara Legislativa (CLDF) – afirmou estar decepcionada com a comunidade LGBTQ.

“Antes desse episódio, eu era querida por todos. Fui madrinha de Parada em Ceilândia, tinha amigos. Mas quando vieram essas acusações, ninguém veio perguntar a minha versão, veio me dar apoio. Sumiram todos”, disse. “Eu fui procurar apoio. E lá [na igreja] fui recebida de braços abertos. Fui acolhida. O fato é que sem Deus não somos nada”, continuou

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Ela foi acusada de venda de vagas de cirurgias eletivas no HRT
Ruby chegou a ser madrinha da Parada Gay de Ceilândia
Após a repercussão do caso, disse ter sido abandonada pelo meio LGBTQ e acolhida pela igreja
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"Transformação" foi anunciado em flyer de inauguração do tempo religioso

Reprodução / Guia Gay Brasília
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Ela foi acusada de venda de vagas de cirurgias eletivas no HRT

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Ruby chegou a ser madrinha da Parada Gay de Ceilândia

Arquivo pessoal
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Após a repercussão do caso, disse ter sido abandonada pelo meio LGBTQ e acolhida pela igreja

Arquivo Pessoal
Prostituição

Antes de se assumir transexual, Ruby chegou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus e quase virou pastor (na época). “Virei travesti, me prostituí. Fiquei nessa vida por pouco mais de um ano e depois virei técnica em enfermagem, depois fiz curso superior”. Ela é concursada da Secretaria de Saúde.

Embora reconheça a legitimidade do panfleto e tenha confirmado a conversão à religião evangélica, Ruby ainda faz mistério se o anúncio pregado pelos pastores confirmará se ela voltará a ser chamada de Edson Lopes, incluindo uma possível cirurgia de mastectomia.

“Hoje, essa sou eu. Não sei o que virá dia 20, mas não deixarei de ser eu. Sou o que sou, sendo Edson ou Ruby. Deus é quem vai decidir”, finalizou.

O Metrópoles tenta contato com os pastores responsáveis pela igreja. A reportagem será atualizada quando houver alguma manifestação.

 

 

 

 

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