Moradores de 4 cidades do DF tiveram variante britânica da Covid-19
Secretaria de Saúde informou que casos foram registrados em Águas Claras, Ceilândia, Jardim Botânico e Sobradinho. Dois pacientes morreram
atualizado
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A Secretaria de Saúde informou, nesta sexta-feira (23/4), que moradores de quatro regiões administrativas do Distrito Federal foram confirmados com a infecção da cepa B.1.1.7, mais conhecida como a variante britânica da Covid-19. As amostras registradas são de Ceilândia, Águas Claras, Jardim Botânico e Sobradinho. Dois pacientes foram a óbito e dois evoluíram para a cura.
De acordo com Cleidiane de Carvalho, enfermeira da área técnica da Vigilância Epidemiológica da Covid-19, Influenza e de outros vírus respiratórios, das sete amostras colhidas e identificadas da nova variante, quatro foram em pessoas residentes no Distrito Federal.
“Estamos investigando cada caso, mas, pelo que já averiguamos, nenhuma das pessoas que apresentaram a variante inglesa viajou ou teve contato com alguém que tenha viajado para o Reino Unido. Ou seja, a transmissão ocorreu aqui dentro do DF”, explicou.
Segundo a Secretaria de Saúde, duas das amostras foram coletadas e processadas por um laboratório particular, que notificou o Laboratório Central (Lacen-DF) sobre a variante inglesa, os outros dois casos foram analisados pela equipe da pasta. “Dois casos eram de pacientes idosos, com comorbidades e que evoluíram para óbito”, informou o órgão.
Ainda conforme a pasta, as quatro amostras positivas para a nova variante e de residentes no DF foram colhidas nas seguintes datas:
- 18/1/2021 – paciente de 42 anos, Águas Claras, cura;
- 9/2/2021 – paciente de 60 anos, Ceilândia, comorbidade, óbito;
- 22/2/2021 – paciente de 47 anos, Jardim Botânico, cura;
- 13/3/2021 – paciente de 72 anos, Sobradinho, comorbidade, óbito.
Sequenciamento genômico
De acordo com a secretaria, as principais variantes circulantes no DF hoje são: P1 (a de Manaus, que é predominante) e a P2 (detectada inicialmente no Rio de Janeiro). Também já foram detectadas as variantes B.1.1.7 (inglesa), B.1.1.28 (uma das primeiras cepas a circular no DF) e B.1.1.143 (presentes em varias partes do país).
Cleidiane de Carvalho destaca o esforço da equipe, que mesmo com todas as dificuldades tem se doado para o sucesso dos trabalhos, o que tem sido essencial. Desde janeiro, a equipe de Biologia Molecular do Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) vem desenvolvendo novas estratégias de sequenciamento genômico do coronavírus. Desta forma, é possível identificar quais cepas estão circulando no DF.
Os primeiros resultados saíram no início de fevereiro. No último boletim, 60 amostras foram selecionadas e evidenciaram a predominância da variante amazônica (P1) na população analisada. Também foi evidenciado um caso de infecção por variante inglesa, além de seis casos relacionados à variante P2.
“As amostras foram selecionadas respeitando os critérios da Nota Técnica nº 1/2021, que trata da seleção de amostras para sequenciamento genômico do Sars-CoV-2. A metodologia usada para a descoberta de novas cepas é a de SANGER utilizando a plataforma ABI 3500 (Applied Biosystems). Realizando buscas de mutações na região gênica entre os genes ORF8 e N”, explica a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva.
Dentre os critérios de seleção das amostras para testar se há novas cepas estão: casos de reinfecção; óbitos; pacientes muito graves. De acordo com a diretora, a importância de desenvolver o sequenciamento no combate à pandemia é que ele permite dar respostas mais céleres no enfrentamento da doença causada pelo vírus Sars-CoV-2, e consequentemente estabelecer a necessidade de implementação de uma vigilância mais eficiente com relação ao surgimento de novas variantes do coronavírus.