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Mãe que acusou ex-assessor de Pazuello de estuprar menina: “Estamos devastados”

Airton Cascavel virou réu após Justiça acolher denúncia do Ministério Público na qual o empresário é acusado de abuso contra a própria neta

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Airton Cascavel
1 de 1 Airton Cascavel - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após a Justiça de Roraima transformar em réu Airton Soligo, mais conhecido como Airton Cascavel, por suspeita de violentar a própria neta de 3 anos, a mãe da vítima afirmou ao Metrópoles que a família está devastada. O empresário é um dos nomes mais poderosos de Boa Vista.

Ao Metrópoles, a mãe da criança, que terá o nome preservado, informou ter acionado o Conselho Tutelar para determinar alguma ação preventiva, uma vez que a Justiça ainda não definiu quais medidas protetivas serão tomadas a fim de evitar novos episódios. Após a separação, o pai pode ver a menina aos fins de semana.

“Eu sinto que falhei no meu papel de mãe. O que ocorreu com a minha filha virou uma assombração na minha família, que está devastada. Uma criança de 3 anos relatar dores na parte íntima e dizer que o avô a tocou naquela região… Não sei mais o que fazer”, disse a mãe da criança.

Ela explicou que dois exames realizados no corpo da menina tiveram resultados inconclusivos. “Como uma criança de 3 anos inventaria que o próprio avô a tocou nas partes íntimas ao reclamar de dores? Ela reclamaria se fosse dor na perninha, no braço, mas não foi o caso”, continuou.

Segundo ela, Cascavel já foi acusado pelo mesmo crime em outros dois casos, num deles chegou a ser denunciado na Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) pelo deputado Renan (Republicanos). De acordo com a ocorrência, Airton Cascavel teria lambido a boca de outra criança, a qual relatou o episódio.

A reportagem tentou contato, durante esta sexta-feira (24/9), pelos números de celular atribuídos a Airton Cascavel, mas sem retorno. O conteúdo será atualizado se houver manifestação da defesa do acusado.

Réu

A decisão de transformar Cascavel em réu é da Vara de Crimes Contra Vulneráveis, do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR). O empresário também é alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 por ter ocupado o cargo de assessor do Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela mãe da criança no dia 14 de setembro, a menina de apenas 3 anos foi visitar o pai na casa do avô nos dias 12 e 13 de setembro e, ao voltar para casa, teria se queixado de dor na região íntima.

O relato dado pela genitora ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA) da Polícia Civil indica que Cascavel teria tocado no órgão sexual da menor, quando feriu a vítima. O caso corre em segredo de Justiça.

O Ministério Público estadual denunciou Airton Cascavel na última terça (21/9). Para o juiz, o ex-secretário vai responder pelas acusações de estupro de vulnerável com agravante de ser parente da vítima.

 

Relação com Pazuello

O empresário Airton Antônio Soligo, conhecido como Airton Cascavel, teria atuado informalmente como o “número dois” do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

O executivo teria participado de agendas públicas e reuniões administrativas com o ex-ministro, exercendo influência sobre decisões da pasta. Após a informalidade vir à tona, Pazuello o nomeou como assessor especial, cargo ocupado de junho de 2020 a março de 2021.

Cascavel era apontado por gestores estaduais e municipais como o “ministro de fato” da pasta, por ser quem resolvia muitas das questões burocráticas e logísticas do ministério.

Após a demissão de Pazuello, Cascavel foi nomeado como secretário de Saúde do governo de Roraima. Quando assumiu o posto, deixou em Brasília o veículo particular para uso do ex-ministro e da infectologista Laura Appi. Os dois foram fotografados pelo Metrópoles saindo juntos do Hotel de Trânsito de Oficiais.

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