“Lira é cúmplice desse governo criminoso”, diz Fernanda Melchionna
Em entrevista ao Metrópoles, deputada do PSol também afirmou que ministro Braga Netto “deveria ter sido preso” após fala sobre eleições
atualizado
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A deputada federal Fernanda Melchionna (PSol-RS) afirmou, nesta sexta-feira (23/7), que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) é um dos principais responsávelis pela estabilidade do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o qual classificou como “criminoso”. A parlamentar foi a convidada a participar da sala do Metrópoles no Spaces, novo projeto do portal para entrevistar personalidades pelo Twitter.
“O Arthur um dos principais responsáveis pela estabilidade de um governo criminoso, porque o Bolsonaro já cometeu inúmeros crimes de responsabilidade. Não é um ou dois crime contra saúde pública, não. São crimes contra os governadores, contra a Constituição, crime de corrupção. A gente poderia listar nosso superpedido de impeachment, que tem vinte e três crimes. E olha que não tão todos, né? Eu tenho muito orgulho de ter sido uma das primeiras e pedir o impeachment desse criminoso”, disse.
A parlamentar gaúcha também disse acreditar num tom mais da oposição no Congresso Nacional, no segundo semestre, contra contra o principal nome da Câmara dos Deputados. Melchionna também avalia que o congressista sofrerá mais pressão popular a partir nas próximas manifestações contra Bolsonaro, uma delas marcada para sábado (24/7) em pelo menos 300 cidades brasileiras.
“É claro que o Lira não é o Bolsonaro, porque ele não fica batendo na ciência, etc. Mas ao manter se altivo como presidente de um Poder, cumprindo o que esse Poder deveria fazer. Ao deixar 130 pedidos de impeachment na gaveta, ao não responder à altura quando se há ameaças às liberdade democráticas, ele acaba sendo cúmplice desse governo bandido, desse governo de criminosos. Portanto, eu espero que se levante o tom”, disse.
Voto impresso
Fernanda Melchionna avaliou ser improvável o governo conseguir reverter o placar de derrota registrado dentro da Comissão Especial do Voto Impresso, da qual é titular, mesmo com o ingresso do senador Ciro Nogueira (PP-PI), considerado um dos caciques do Centrão, na Casa Civil da Presidência da República. Sobre o tema, a deputada também condenou a fala do ministro da Defesa, Braga Netto, de que as eleições poderiam não acontecer se não houver a impressão do voto popular.
“É uma vergonha a fala do ministro da Defesa. Em qualquer país sério, ele estaria preso depois dessa declaração. Um país que respeite a sua Constituição não permite que o ministro da Defesa ameace as liberdades democráticas e as próprias eleições”, disse.
Um dos principais nomes do PSol, Melchionna esvaziou uma possível aliança do partido com uma eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano que vem. A parlamentar defendeu uma chapa presidencial da própria sigla em 2022 com o nome do deputado Glauber Braga como cabeça da aliança.
“O PSol está em congresso partidário e eu estou entre aquelas que defendem uma alternativa do nosso partido no processo eleitoral, como uma forma de apresentação com programa para o país. A crise econômica gravíssima não foi gerada só pelo governo Bolsonaro. Ela também é resultado das políticas desenvolvidas ao longo dos últimos trinta anos no país. Resultado de governos que decidiram não enfrentar as desigualdades, sem taxar grandes fortunas. Nunca tive ilusões com o PSDB, mas o governo do PT não fez”, disse.