Leila Barros defende CPI sem estados e municípios: “Cortina de fumaça”
A senadora pelo Distrito Federal afirmou que estratégia de ampliar investigação é “para desviar o foco da inoperância do governo federal”
atualizado
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A senadora Leila Barros (PSB) declarou ser contrária que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia amplie as investigações para estados e municípios e se foque nas ações do governo federal. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), passou a instalar nesta terça-feira 913/3) após decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que a Casa cumpra os ritos uma vez ultrapassadas as etapas exigidas pela legislação.
“Nos últimos dias temos visto tentativas de criar mais uma cortina de fumaça para desviar o foco da inoperância do governo federal no enfrentamento à covid-19. Ampliar o escopo da CPI da Pandemia no Senado é desviar o foco. Quem não deve, não teme”, escreveu a congressista no Twitter.
Leila Barros reconhece “fatos estranhos” na gestão da saúde pública nos estados e municípios. “No entanto, é impossível que 18 parlamentares apurem a gestão da saúde em um país com dimensões continentais. Este é um trabalho que deve ser feito pelos poderes Legislativos estaduais e municipais”, defendeu.
De acordo com a senadora, uma sucessão de erros levou o Brasil “a este lamentável cenário” que vivemos. “Enquanto a covid-19 se alastra, quem deveria liderar a nação continua a sua cruzada de defender medidas ineficazes e desafiar as recomendações baseadas na ciência”, afirimou.
Ampliação
Outros senadores que integram a bancada do Distrito Federal se posicionaram de forma contrária. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), por exemplo, posicionou-se pela ampliação da ementa do requerimento.
“Qualquer fato irregular tem de ser apurado, seja governo federal, governo estadual ou municipal. Tem que ter apuração. CPI da Covid-19 já”, afirmou em vídeos publicados em suas redes sociais.
Presidente da Comissão de Fiscalização e Controle da Casa, José Antônio Reguffe (Podemos-DF) engrossa o coro do colega tucano de Parlamento. “Mais de um mês atrás, fiz pronunciamento no plenário defendendo a necessidade de uma CPI e que se investigasse a todos, a União, mas também os estados, municípios e DF na aplicação dos recursos federais (vejam o vídeo). Minha posição é a mesma”, afirmou nas redes sociais.
O senador lembra ter ajudado a saúde do DF com a destinação de R$ 11,2 milhões, neste ano, para a compra de equipamentos e remédios para os hospitais públicos do DF. “Mas é também papel precípuo do Legislativo federal a fiscalização da aplicação dos recursos públicos federais. E eu cumpro minha responsabilidade. Qualquer desvio de dinheiro público é algo grave, na saúde mais grave ainda, numa pandemia é uma crueldade”, frisou.