Ladrões fazem arrastão em balada no DF e furtam vários celulares
Apenas no último sábado (7/5), pelo menos 6 ocorrências do mesmo evento foram direcionadas para a 1ª Delegacia de Policia, na Asa Sul
atualizado
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A Polícia Civil investiga a existência de uma possível quadrilha especializada em furtar aparelhos de telefonia celulares em grandes eventos particulares realizados no Distrito Federal. Uma nova leva de denúncias chegou na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).
Cerca de 15 vítimas se reuniram, no último domingo (8/5), após terem sido vítimas na noite de sábado (7/5), durante a festa Bagaço, que ocorreu no salão da Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade), localizada no Setor de Clubes Sul (SCES). Contudo, os casos são recorrentes em locais com grande concentração de público.
Além de arquivos pessoais, há ainda riscos de uso de aplicativos bancários e até mesmo para aquisição de empréstimos. A Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) informa que, em 2019, foram registrados 13.017 furtos de aparelhos na capital do país. Em 2016, ocorreram 5.213 delitos dessa natureza, um salto de 149% em três anos.
De acordo com a 1ª DP, até a última segunda-feira (9/7), apenas 6 cidadãos lesados haviam oficializado a queixa contra os criminosos. Todos relataram praticamente o mesmo modus operandi: os suspeitos empurram as vítimas e, com a reação do susto, um comparsa aproveita para furtar o aparelho.
“Por volta de 1h de domingo, começaram a acender as luzes brancas da pista de dança e fizeram um anúncio no microfone sobre alerta de furtos. Na minha segunda ida ao bar pra buscar uma cerveja, já na volta, passei pelo meio de uma galera e, quando estava quase chegando no lugar onde estavam meus amigos, fui empurrado e tropecei. Ali senti que o celular não estava no meu bolso”, relatou o educador físico Eduardo Gravina, 39 anos.
O instrutor de patinação chegou a recorrer à ferramenta de buscas do telefone da marca iPhone, mas apareceu desconectado.
“Fui até os seguranças na saída para relatar que eu havia sido furtado e questionei se eles estavam fazendo a devida revista na saída ou cobrando o desbloqueio dos aparelhos para comprovar a propriedade, mas eles foram bem tranquilos ao dizer que não e um deles ainda comentou: ‘mais um roubado, hoje está complicado’, continuou.
De acordo com investigadores da PCDF, geralmente os criminosos atuam em grupo, agem em parceria e se destoam do público do evento. No caso dos celulares furtados no último sábado, algumas das vítimas conseguiram rastrear os aparelhos em Ceilândia, cidade a cerca de 30km do local do evento.
“As localizações não estão precisas, mas vamos correr atrás. Daqui a pouco, vendem e alguém começa a usar novamente, que é quando a gente recupera”, informou um dos policiais.
Segundo ele, apenas o desmanche dos aparelhos para futura venda de peças impede a realização do trabalho da investigação. “Somente no ano passado, recuperamos mais de 200 aparelhos”, acrescentou.
A produção da festa Bagaço foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou até a publicação da reportagem. O espaço poderá ser atualizado no caso de manifestação dos responsáveis.
O que fazer?
De acordo com a polícia, o primeiro passo é a vítima registrar um boletim de ocorrência, mesmo sendo na delegacia virtual, para oficializar a denúncia. A partir de então, os investigadores começam a atuar, a depender da localidade da ocorrência.
Há também medidas preventivas para evitar o furto ou até a perda de bens mais preciosos. Uma delas é evitar os pontos com maior número de pessoas concentradas e sempre observar movimentações suspeitas.
No caso dos Iphones, há uma série de procedimentos que podem ser realizados para que o uso indevido de aplicativos e contas aconteça. É essencial deixar o iCloud inacessível. Caso ocorra o furto, é por ele que o assaltante pode alterar a senha do celular e ter acesso ao dispositivo.
Cansado de receber inúmeros relatos parecidos, o empresário e influenciador Thales Sabino emprestou o perfil no Instagram para se solidarizar com as vítimas, além de dar dica para evitar o furto de novos celulares.
“No fim de semana um amigo perdeu o telefone em um show. Pegaram no bolso dele. Mesmo com a revista reversa na saída a equipe de segurança não achou. Isso rola em qualquer lugar e todo mundo conhece alguém que perdeu celular assim”, escreveu.
Segundo Thales, uma solução seria dificultar a atuação dos criminosos. “Eu deixo meu aparelho com uma cordinha presa na cueca. Arrume uma capinha resistente que tenha um furo pra você colocar uma corda ou cabo para prender na sua underwear. Guardar no bolso ou pochete não é seguro”, continuou.
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