Izalci diz que CPI da Pandemia não está “nem na metade” do objetivo
Senador tucano conversou com o colunista Caio Barbieri no Spaces, novo projeto de entrevistas do Metrópoles no Twitter
atualizado
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O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) teceu críticas ao andamento da CPI da Pandemia. De acordo com o parlamentar, a comissão não conseguirá cumprir o que foi instaurada para fazer.
“Para os seus objetivos que foram aprovados no plenário, não está nem na metade. Na prática, houve uma junção de requerimentos. Havia dois requerimentos: um voltado para o governo federal, vacinas, etc., e teve um requerimento do Girão, que também foi aprovado, voltado para os governos estaduais, municipais. Então, quando o Supremo determinou a abertura, o presidente apensou as duas propostas. Só que o foco aqui, que a gente percebe, é que a cúpula da CPI está com um foco maior, ou praticamente todo o foco no governo federal”, destacou.
A declaração foi dada na tarde desta segunda-feira (30/8), em entrevista transmitida ao vivo pelo Twitter do Metrópoles.
O senador garantiu que tem rodado o Distrito Federal e aferido de perto a situação da população, mantendo a atenção aos gastos com a pandemia.
“As pessoas estão morrendo. Eu vi pessoas no Hospital [Regional] de Taguatinga, no Hospital [Regional] do Paranoá, internadas há mais de 100 dias por causa de um parafuso que custa R$ 3. As pessoas de oncologia, de câncer, não estão sendo atendidas, e as pessoas não aguentam esperar, as pessoas morrem. Você não tem mais cirurgia do coração, não tem mais oncologia, só tem Covid por quê? Porque Covid dá dinheiro, Covid é o que dá grana. E basta ouvir os depoimentos, as falas das pessoas, e isso vai se tornar público daqui a pouco”, afirmou.
Izalci chegou a criticar um pretenso direcionamento da CPI, sobretudo no que diz respeito a investigações de governadores e prefeitos.
“Eu acredito que não querem ouvir todos. O objetivo deles, e a justificativa para a vinda do Francisco [Maximiano, dono da Precisa], é a relação direta com a Precisa, apesar de existirem muitas outras empresas, muitos outros escândalos de corrupção, desvio de recursos que não é [relacionado à] Precisa, mas o foco da CPI é a Precisa. Óbvio que nós vamos sinalizar outros desvios. Nós aprovamos o chamamento de nove governadores, mas foram ao Supremo e conseguiram no Supremo uma autorização para não comparecer à CPI. Acho que perderam a oportunidade, que quem não deve não teme”, disse.
O depoimento do ex-secretário de Saúde no DF, originalmente marcado para esta terça (31/8), foi transferido para quinta-feira (2/9). Araújo foi preso no âmbito da Operação Falso Negativo e foi convocado ao Senado por sua suposta ligação com a Precisa Medicamentos, investigada pela comissão.
Questionado pelo colunista Caio Barbieri se Araújo será, de fato, ouvido pela comissão, Izalci foi categórico: “Eu conversei algumas vezes com o presidente Omar Aziz, com o Randolfe [Rodrigues], com o próprio relator Renan [Calheiros], e todos me garantiram que ouviriam, sim, o Francisco, porque o modus operandi é o mesmo aqui do Distrito Federal”, garantiu o legislador.
“Sabia de tudo”
Pré-candidato ao governo do DF em 2022, o tucano se disse arrependido do voto em Jair Bolsonaro (sem partido) no segundo turno das eleições de 2018, e que não pretende depositar confiança em alguém que não seja da sigla no próximo pleito.
“Vamos trazer para o nosso lado alguns. Não tenho dúvida de que essa é uma eleição da terceira via. As pessoas não querem, não queremos mais esse radicalismo de esquerda e de direita. Ninguém aguenta mais isso”, destacou.