Incidência da Covid em servidores da Saúde do DF é 3 vezes mais alta
Perfil epidemiológico obtido pelo Metrópoles indica que taxa de óbito entre esses profissionais é menor se comparado com população em geral
atualizado
Compartilhar notícia
Um perfil epidemiológico indica que os servidores ativos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal têm cerca de três vezes mais chances de serem infectados pela Covid-19 do que um cidadão comum.
Obtido pelo Metrópoles, o documento do Comitê de Monitoramento da Saúde de Servidores compara os índices sobre o adoecimento de profissionais da pasta com o cenário da população atingida pela doença pandêmica na capital da República. O estudo foi consolidado no dia 25 de fevereiro (última quarta-feira), mas só agora foi tornado público.
Para se ter ideia, a média da incidência entre cidadãos é de 84,35 a cada mil habitantes. No caso dos servidores do órgão, contudo, a chance de contrair o novo coronavírus é de 252,13 casos a cada mil pessoas.
No caso da taxa de letalidade, no entanto, o cenário se inverte. Na comparação entre os óbitos registrados pelas autoridades locais competentes, os profissionais da Secretaria de Saúde têm 23,5 vezes menos chances de que a doença evoluísse para a morte do que os outros pacientes infectados no Distrito Federal.
No caso dos profissionais da pasta, a mortalidade apresentou o índice 0,61 casos a cada mil casos confirmados. Por outro lado, entre os brasilienses de outros grupos atingidos, o número foi de 14,33 a cada mil habitantes.
De acordo com o levantamento, os números foram extraídos do banco de servidores ativos e falecidos durante o ano de 2020. O levantamento excluiu os servidores aposentados e cedidos.
Confira os dados:
Categorias
Os dados registrados pela pasta local indicam, ainda, que mesmo aqueles profissionais os quais não estão na linha de frente da pandemia também perderam a luta contra a doença.
Pelo documento, foram a óbito três agentes de portaria, um servidor comissionado, dois técnicos administrativos, três auxiliares operacionais de serviços diversos (AOSD), além de um técnicos de higiene bucal e um técnico de laboratório, totalizando 11 profissionais.
No caso dos profissionais da linha de frente, foram nove registros, sendo um médico, dois enfermeiros e seis técnicos em enfermagem.
À época da elaboração do documento, pelo menos 8.214 servidores haviam sido infectados pelo novo coronavírus. Desses, 20 não resistiram às complicações da doença e faleceram, o que representam 35,71% dos óbitos totais registrados dentro da categoria.
Da mesma forma, com dados extraídos no fim do mês de fevereiro, dos então 274.980 diagnosticados em toda a população do Distrito Federal, a pasta registrou 4.640 óbitos em decorrência da Sars-Cov-2.
Em dados atualizados na noite dessa segunda-feira (1º/3), o DF já notificou 298.836 contaminações e 4.865 óbitos por complicações da doença. Nas últimas 24 horas, foram 27 mortes e 2.142 novas infecções.