Ibaneis vai esperar Bolsonaro antes de definir sobre vacinas de Covid-19
Declaração ocorre após o presidente da República ter mandado cancelar o protocolo de intenções para aquisição de 46 milhões de doses
atualizado
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O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou na tarde desta quarta-feira (21/10) que não pretende se antecipar para adquirir vacinas contra a Covid-19 antes que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dê a palavra final sobre qual produto imunológico pretende importar para o Brasil.
“Vou esperar o governo federal”, adiantou o chefe do Executivo distrital, em conversa com a coluna Janela Indiscreta, do Metrópoles.
A declaração do emedebista ocorre após o titular do Palácio do Planalto ter mandado cancelar o protocolo de intenções para a aquisição de 46 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac, firmado pelo Ministério da Saúde com o governo de São Paulo e o Instituto Butantan. O produto está na fase final da análise de eficácia.
“Já mandei cancelar, se ele assinou. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade, até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós”, frisou Bolsonaro.
Ao se referir à Coronavac, Bolsonaro ressaltou que “o povo brasileiro não será cobaia de ninguém” e que não se justifica um “bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou a fase de testes”.
Testagem no DF
Recentemente, representantes de um outro grupo chinês – Sinopharm – ofereceram ao secretário de Saúde, Osnei Okumoto, que o Distrito Federal ingresse na terceira fase de testes do produto no Brasil. Até então, Paraná, Mato Grosso e o Tocantins mantêm conversas adiantadas sobre uma possível importação do medicamento no futuro.
A oferta, contudo, não está atrelada à possível aquisição futura no caso de a resposta imunológica do produto ser confirmada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A proposta é que a gigante chinesa inclua 60 brasilienses na testagem – a última etapa antes da validação do produto. Caso os resultados sejam os já alcançados em outros países e acabem reconhecidos pelas autoridades sanitárias brasileiras, o Distrito Federal terá prioridade na aquisição da vacina, se houver interesse.