Ibaneis: “Sempre fui contra presídio federal na capital do país”
Declaração foi dada após o Metrópoles revelar ação do Exército de evitar fuga de Marcola, líder do PCC, da penitenciária de Brasília
atualizado
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Após tomar conhecimento de um plano de resgate do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, do Presídio Federal de Brasília, o governador Ibaneis Rocha (MDB) voltou a criticar, nesta sexta-feira (20/12/2019), a transferência de líderes de facções criminosas para presídios no Distrito Federal.
“Eu sempre fui contra, não apenas à vinda desses criminosos para cá. Sou contra a existência de um presídio federal aqui, por sermos a capital do país”, disse o emedebista à coluna.
Ibaneis afirmou não ter sido comunicado oficialmente por integrantes da União sobre o risco de fuga do presidiário e confirmou ter tomado conhecimento da ação do Exército por meio da reportagem exclusiva de Mirelle Pinheiro, do Metrópoles.
“Não me comunicaram nada. Se fizeram, falaram diretamente com o secretário Anderson Torres (na foto em destaque ao lado de Ibaneis), que é o responsável pela segurança. Mas o presídio é federal e isso é um problema deles [do governo federal]. Não temos nada com isso”, afirmou.
Mobilização
Conforme noticiado pelo Metrópoles, um plano de resgate do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcola, do Presídio Federal de Brasília, fez com que os ministérios da Justiça e da Defesa fechassem um acordo para intensificar a segurança do complexo, localizado em São Sebastião.
Militares do Exército Brasileiro foram direcionados para a penitenciária de segurança máxima, onde estão de prontidão, com carros blindados, desde as primeiras horas dessa quinta-feira (19/12/2019).
Fontes ouvidas pelo Metrópoles afirmam que se trata de uma medida preventiva para mostrar a força do Estado, e que não há motivo para alarde.
As informações sobre o plano de resgate partiram de um presídio de São Paulo. O estado é berço da facção criminosa. Marcola foi transferido para capital federal em março sob forte aparato policial.
Há indícios de que o suposto resgate já estaria pago e seria feito pelo traficante internacional Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho. Ele é um dos principais nomes do PCC, está solto e atua nas ruas.
De acordo com informações levantadas pela inteligência do presídio paulista, os criminosos estariam aguardando o aval de Fuminho para colocar o plano em prática.
O PCC teria reunido um verdadeiro exército de alto nível e com criminosos que possuem conhecimento militar e de armamentos. E também mapeado os arredores do complexo penitenciário em Brasília com o uso de drones.
O Ministério da Justiça foi procurado, mas informou que, inicialmente, não vai se manifestar sobre o caso.