Há um dia fora da Papuda, Dirceu investe na venda de suas memórias
Custando R$ 58, o livro assinado pelo ex-ministro foi divulgado em listas de transmissão do WhatsApp para correligionários do PT
atualizado
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Mal deixou a Papuda, e o ex-ministro da Casa Civil no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) José Dirceu já tenta, de todas as formas, recuperar os fundos financeiros e a própria imagem. A alternativa encontrada foi apelar, em listas de WhatsApp, para os correligionários adquirirem a obra literária sobre suas memórias. O livro só será lançado em agosto.
Já sem barba e com cabelo cortado, Dirceu pede a ajuda dos amigos para divulgar o trabalho escrito nos anos em que ficou encarcerado. “Meus companheiros e minhas companheiras do meu PT, dos movimentos de esquerda, estou lançando as minhas memórias. Memórias que escrevi durante os anos de prisão injusta”, afirma em vídeo disparado aos grupos de WhatsApp.
Assista:
Memórias
Ao descrever a narrativa, ele diz relembrar-se no livro das lutas contra a ditadura militar, além de fazer uma reflexão sobre vitórias e derrotas. “Falo sobre a minha condenação injusta na Ação Penal 470, em 2006 [a referente ao Mensalão]. A vocês dedico esse livro, aos que lutaram. Minhas memórias são uma homenagem a Lula, condenado num processo sumário, mas que tem o apoio do povo brasileiro”, relata. “Leiam, divulguem, me apoiem e me ajudem. É uma forma de me defender”, conclui na gravação.
O livro destaca também “os bastidores inéditos de sua militância estudantil nos anos 1960, o exílio e o treinamento para ser guerrilheiro em Cuba, a cirurgia plástica que mudou seu rosto e a vida clandestina no Brasil, nos anos 1970”.
A um custo de R$ 58, a obra trata ainda sobre “a volta à legalidade com a anistia, em 1979”, e sua ascensão no Partido dos Trabalhadores, “onde se tornou presidente e maior responsável pela eleição de Lula à Presidência da República”, segundo a descrição do próprio ex-ministro.
Liberdade
O ex-ministro José Dirceu foi solto do Complexo Penitenciário da Papuda na madrugada dessa quarta-feira (27/6), depois de um mês preso. A decisão partiu da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em segunda instância, a 30 anos e 9 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, no âmbito da Lava Jato. O petista estava preso desde 18 de maio, quando teve determinado o início imediato do cumprimento da pena.
A defesa de Dirceu entrou com recurso no STF alegando que a execução penal após segunda instância desrespeita o princípio da presunção da inocência.