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“Graças aos medicamentos, não fui intubado”, diz Abraham Weintraub

Durante live ao lado do irmão Arthur, alvo da CPI da Covid, o ex-ministro da Educação voltou a defender tratamentos sem eficácia comprovada

atualizado

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Andre Borges/Esp. Metrópoles
Abraham Weintraub
1 de 1 Abraham Weintraub - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Os irmãos Arthur e Abraham Weintraub voltaram a defender, neste domingo (6/6), a indicação de remédios sem eficácia comprovada pela ciência para o tratamento precoce da Covid-19. Os ex-integrantes do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) realizaram uma live para “falar a verdade” sobre as acusações de que Arthur teria coordenado o suposto “gabinete paralelo” criado para orientar o titular do Palácio do Planalto durante a pandemia.

“Olha aqui, a gente também ficou doente. Tomamos remédios, todos, tomamos sim. Graças a isso, eu acredito, eu, Abraham, acredito que eu não fui intubado, pela virulência da cepa que peguei. As nossas esposas também ficaram mal. Tomaram o mesmo procedimento e não foi a primeira vez. A gente teve uma antes disso, uma Influenza antes disso. Tomamos o procedimento e eu acredito que ele reduz a virulência, ele reduz a gravidade da doença. Eu, como testemunha, é um testemunho que eu estou dando. Eu, como o usuário dos medicamentos que eu usei, eu diria que sim, ele gera um impacto muito positivo diante dum quadro duma doença grave como essa”, disse, sem citar o tipo do medicamento usado.

Mais uma vez, os irmãos Weintraub disseram que o tratamento “ainda não está” reconhecido pela ciência, mas que a resposta poderá demorar décadas. “Até lá, faço o quê? Vou para casa e espero ficar sem ar como estavam orientando?”, disse Arthur com a fala direcionada ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), responsável pela orientação de somente procurar hospitais se houvesse sintomas respiratórias. “Se não tivéssemos no governo, teríamos feito a mesma coisa. Não ficaríamos passivos”, emendou Abraham.

A live foi mais uma investida dos ex-assessores de Bolsonaro – Abraham foi ministro da Educação e Arthur, assessor especial da Presidência da República – após o Metrópoles revelar a participação de Arthur no suposto gabinete paralelo, o que o tornou alvo a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado Federal.

O ex-assessor voltou a afirmar que, pela carreira acadêmica e em pesquisas, poderia ser uma espécie de mediador entre médicos e cientistas que gostaria de contribuir e traduzir o material para um linguajar mais fácil para Bolsonaro.

“Eu assessorei o presidente e, primeiro chegavam os documentos, eu passava pra ele, inclusive o que aparecia grifado, ele lia. O evento era para falar sobre a liberdade do médico de prescrever o remédio que achar melhor. Não é que eu tinha o ‘zap’ de 10 mil médicos. Havia grupos de médicos se comunicando naquele momento, assim como tem hoje, mas que eu não estou mais participando. Mas esse mecanismo todo de repressão está caçando os médicos, que recomendam esses tratamentos. Então, os médicos, hoje, são alvo de repressão também, entendeu?”, disse.

Certificado

Momentos antes da live, Arthur Weintraub divulgou um certificado para reforçar as investidas após ter virado alvo das investigações dos senadores. “Sempre estive na área da pesquisa científica. Os médicos e cientistas entravam em contato comigo por esse histórico. Não tenho nada a esconder. Ao contrário”, escreveu no Twitter.

Em vídeo publicado nesse sábado (5/6), Arthur apareceu ao lado do irmão, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. Na ocasião, ele confessou que fez um evento com médicos para falar sobre o chamado “tratamento precoce”, mas negou integrar um “gabinete paralelo”.

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