metropoles.com

Gestão Rollemberg: Metrô-DF direcionou compras e gastou sem receber serviço

Auditoria publicada pela CGDF aponta que, apenas em uma suposta irregularidade encontrada, o prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 125 mil

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Metrô-DF
1 de 1 Metrô-DF - Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Uma recente auditoria publicada pela Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) indica que, durante o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF) pagou por serviços desnecessários de informática e, segundo auditores, ainda direcionou contratação de empresa de tecnologia de informações. Além disso, o documento disponibilizado pelo órgão de controle local aponta várias outras irregularidades durante a gestão anterior.

As apurações ocorreram entre os dias 31 de outubro e 31 de dezembro de 2019 com o objetivo de verificar a regularidade dos processos de contratação de tecnologia da informação pela empresa pública, “bem como avaliar a execução desses contratos quanto aos aspectos de eficácia, eficiência e economicidade”.

Dentre as situações auditadas e classificadas como “grave”, está um possível direcionamento de aquisição de licenças de softwares (Data Discovery), quando a contratação foi direcionada para ser aderida à Ata de Registro de Preços da antiga Secretaria de Fazenda. De acordo com os auditores, a empresa que teria sido beneficiada é a Inteligência de Negócios, Sistemas e Informática Ltda., que já prestava serviço à pasta do GDF.

No documento, a inspeção afirma que a elaboração desse termo de referência “com a predisposição da escolha de determinado fornecedor” fere o princípio da isonomia, favorecendo, explicitamente, a fornecedora da ata aderida. Para essa falha, a CGDF recomenda que a Companhia do Metropolitano instaure procedimento administrativo com vistas a apurar a responsabilidade dos gestores da época por esse direcionamento.

“Diante dos fatos, ficou comprovado que a contratação foi direcionada, uma vez que, antes da elaboração do Termo de Referência e, consequentemente, da definição de suas próprias necessidades e caracterização de forma precisa e adequada dos serviços, a referida Ata já havia sido escolhida pelo Metrô-DF”, registra.

Pagamentos indevidos

Em outro indicativo de irregularidades, os auditores encontraram um possível pagamento indevido de benefícios de despesas indiretas, no caso a contratação de equipamentos de Videowall para modernização do sistema de exibição de informações operacionais do Metrô-DF. A aquisição ocorreu após um curto-circuito ter queimado três painéis com dados sobre as viagens. Para o serviço, a empresa cobrou R$ 61 mil, incluindo benefícios indevidos.

A cobrança de BDI, exclusiva para engenheiros, foi estabelecida devido à existência da prestação dos serviços de Elaboração de Detalhamento da Solução Tecnológica do Fabricante/Fornecedor, serviço esse que deveria ser executado por engenheiro devidamente credenciado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-DF), o que não era o caso.

“Se considerando o desconto de 5,72% sobre o total do serviço, o novo valor a ser pago seria de R$ 50.995,94 (R$ 49.305,48 + R$ 1.690,46), e, consequentemente, apurou-se o prejuízo
de R$ 10.678,55 (R$ 61.674,48 – R$ 50.995,94)”, diz trecho do documento elaborado pela CGDF.

Para esse caso, os auditores sugerem glosar o valor do prejuízo em possíveis pagamentos futuros à empresa Seal Telecom Comércio e Serviços de Telecomunicações Ltda., responsável pelo serviço, sem prejuízo de Instauração de Tomada de Contas Especial, nos termos da Resolução nº 102/98 do Tribunal de Contas do Distrito Federal, caso não seja possível efetuar a referida glosa.

A CGDF também encontrou pagamento de R$ 129 mil a uma empresa sem que o serviço tenha sido devidamente comprovado. No caso, a possível beneficiada foi a Centrosoft Soluções em Gestão Empresarial Ltda., na aquisição de Software ERP – Enterprise Resource Planning (sistema CIGAM).

De acordo com o contrato, o Metrô-DF deveria pagar pelos serviços de maneira gradual, a depender da entrega pela empresa. Contudo, o valor foi repassado integralmente, sendo que a plataforma não foi finalizada conforme o contrato.

Portanto, se apenas um módulo foi implantado, e, segundo o Termo de Referência (item 2.2.2.7), a solução deveria contemplar 7 módulos, utilizando-se uma regra de três simples, o valor a ser pago deveria ser de R$ 3.928,46 (valor de um módulo)”, o que teria gerado prejuízo de R$ 125.258,68

Trecho do relatório da CGDF

O Metrô-DF foi procurado pelo Metrópoles e, em nota, informou que recebeu o relatório e está avaliando seu conteúdo e recomendações, para tomar as providências necessárias.

Veja a íntegra do documento produzido pela auditoria:

Auditoria CGDF RI_Nº-02_2020_METRÔ_2019 by Metropoles on Scribd

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?