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General Chagas sobre Pazuello em ato pró-Bolsonaro: “Injustificável”

Militar da reserva registrou nas redes sociais que participação do colega da ativa “foi uma deliberada transgressão da disciplina militar”

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Fotografia colorida de homem de bigode
1 de 1 Fotografia colorida de homem de bigode - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O general Paulo Chagas, que está na reserva do Exército, classificou a participação do colega de farda e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello no evento favorável ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), realizado no último domingo (21/5), como “uma deliberada transgressão da disciplina militar”. A declaração foi registrada nesta sexta-feira (28/5), nas redes sociais, sobre o ato ocorrido na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Apoiado pelo então candidato Jair Bolsonaro (sem partido) para a disputa ao Palácio do Buriti em 2018, Paulo Chagas tem elevado o tom das declarações em desaprovação à atuação do presidente da República e aliados.

“Tentar justificar o injustificável é a mais eloquente prova de que o general Pazuello cometeu uma transgressão disciplinar. A sua participação no passeio motociclístico e o pronunciamento em homenagem ao ‘cidadão’ Jair Bolsonaro, por mais que se queira distorcer a verdade, foi uma deliberada transgressão da disciplina militar e, em se tratando de um general, foi de natureza grave e injustificável!”, avaliou.

Paulo Chagas transcreveu que “quando a política entra pelo Portão das Armas, a disciplina sai pelo portão dos fundos”. “Seja qual for a opinião do cidadão presidente da República, do alto do seu cargo honorífico de comandante supremo, a preservação da disciplina é alicerce da estrutura moral, da confiabilidade e da capacidade operacional das Forças Armadas e não pode, em hipótese alguma, ser ameaçada por distorções interpretativas ao sabor de quaisquer interesses, sejam eles pessoais ou políticos”, continuou.

Para o general da reserva, que mora no Distrito Federal, titubear na gestão da disciplina militar é o caminho mais seguro para o surgimento da indisciplina.

“O elevado posto do transgressor é agravante e não atenuante no julgamento do fato. Assumir a responsabilidade por ato deliberado e consciente é prova de coerência e coragem moral. O mesmo não ocorre quando se tenta justificar o ocorrido, com argumentos corrompidos pela hipocrisia, alegando-se que a manifestação foi de cunho ‘apolítico’ em homenagem ao ‘cidadão’ Jair Bolsonaro, ‘por acaso’ eleito e nomeado para o cargo de presidente da República e, também, por acaso, temporariamente desfiliado de partidos políticos”, sentenciou.

Entenda o caso

Ao Exército, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou que tenha cometido transgressão militar ao participar de ato ao lado do presidente da República. O ex-integrante do governo Bolsonaro está sendo investigado por suspeita de ter violado o Regulamento Disciplinar da corporação, que proíbe militares da ativa de se manifestarem sobre assuntos políticos.

Na defesa, ele recorreu ao artigo 6 do Regimento Disciplinar do Exército, dizendo que sua participação no ato se deve a “honra pessoal: sentimento de dignidade própria, como o apreço e o respeito de que é objeto ou se torna merecedor o militar, perante seus superiores, pares e subordinados”.

Pazuello também afirmou que o encontro se tratava de um passeio motociclístico, ao qual ele foi convidado.

Processo disciplinar

O comando do Exército decidiu, nesta segunda-feira (24/5), abrir um processo disciplinar para apurar a postura do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, após o general ter participado de uma manifestação pró-governo, no Rio de Janeiro, no último domingo (24/5).

A expectativa inicial é que a investigação dure pelo menos 30 dias. O ex-ministro terá direito a apresentar defesa durante as apurações.

Somente após a conclusão do processo disciplinar é que o Exército vai definir a punição a ser aplicada contra Pazuello. O general pode, inclusive, ser transferido para a reserva.

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