General Chagas sobre Bolsonaro: “Emenda saiu pior que o soneto”
Candidato derrotado ao governo do DF com apoio do bolsonarismo disse que a versão de Moro é mais agradável do que a do atual presidente
atualizado
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Um dos principais apoiadores dentro da ala militar da eleição do atual governo, o general Paulo Chagas afirmou, nesta sexta-feira (24/04), que a versão dada pelo agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro para justificar a saída do governo foi mais “agradável” do que o discurso realizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para comentar o pedido de demissão do ex-aliado.
“Não tenha dúvida de que a versão do Sergio Moro me agrada muito mais do que a resposta dada pelo presidente no discurso. Ele estava tenso, divagou demais, deixou para o final as três folhas de papel que devem ter sido escritas pelos ministros mais próximos. Só que a emenda saiu pior que o soneto e ele tem muito mais a explicar à Nação a partir de agora”, declarou o militar da reserva do Exército ao Metrópoles.
Ainda sobre a coletiva de imprensa convocada por Moro, o general elogiou a conduta do ex-magistrado. “O [ex] ministro Sergio Moro é um [ex] magistrado experimentado. Não acredito que ele faria as acusações contra o presidente se ele não tivesse um embasamento, um respaldo. Não acredito que ele não tenha como provar isso tudo o que disse. Essas interferências são nocivas à Nação.” A Polícia Federal investiga crimes.
Ainda segundo o militar da reserva, a investida de Bolsonaro em querer informações privilegiadas da Polícia Federal está equivocada. “Quem alimenta o presidente com informações que ele precisa é a Abin [Agência Brasileira de Inteligência], a qual funciona com conhecimento estratégico e não investigações criminais. É incoerente demais. É claro, a não ser que estivéssemos em regime de exceção e não durante um período democrático”, emendou.
Desde que perdeu a corrida para o Governo do Distrito Federal com apoio de Bolsonaro, Paulo Chagas decidiu se desfiliar do extinto Partido Republicano Progressista (PRP) e passou a firmar seus posicionamentos políticos pelas redes sociais. Apenas no Twitter, o general tem mais de 125 mil seguidores.