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GDF suspende circular que remanejava dentistas para UTIs de Covid-19

Secretário de Saúde, Osnei Okumoto, afirmou que medidas ficam suspensas até que sejam reavaliadas pelos especialistas da pasta

atualizado

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1 de 1 dentista - Foto: Bruno Pimentel/Metrópoles

O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, afirmou, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (23/3), que suspendeu temporariamente a validade da circular emitida na noite de segunda-feira (22/3) que endurecia medidas para reforçar o atendimento nas unidades de terapia intensiva (UTI) da rede pública local.

De acordo com o titular da pasta, a determinação foi do governador Ibaneis Rocha (MDB), após repercussão do documento que remanejava, por exemplo, odontólogos para monitorar pacientes intubados das unidades de Saúde. O caso foi revelado pela coluna Janela Indiscreta, do Metrópoles.

“Nós tivemos uma reunião no domingo à tarde, com todos os superintendentes e diretores de hospitais, e observamos que a rede necessita de profissionais para estarem na frente de trabalho, fazendo o atendimento e internação. Todas as medidas que estavam transcritas podem ser atendidas pelo governador quando ele ampliou a carga para 40 horas, quando ele determinou a contratação de profissionais temporários, bem como a contratação de aposentados”, justificou.

Segundo Okumoto, a suspensão temporária dessa circular foi “sugerida” para que a pasta analisasse todas as ações recentes para o mesmo grupo da reunião anterior.

Também presente na coletiva de imprensa, o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, acrescentou que a medida é para garantir o atendimento para outras enfermidades.

“A Covid não acabou com outras doenças, então, é uma atenção que a Secretaria de Saúde está tendo para evitar que ocorra e diminua o atendimento de outras doenças que, por ventura, as pessoas venham a ter. Em janeiro, houve recorde de cirurgias – foram 5,5 mil nos hospitais do DF –, mostrando que a Secretaria de Saúde tem também preocupação com outras enfermidades”, pontuou.

Rocha destacou que o documento suscitou muitos questionamentos e, por isso, o GDF decidiu suspender os efeitos práticos. “Em razão da preocupação do governador com outras doenças, para que possa analisar a situação de outras gravidades, como câncer, para, a partir daí, criar uma normatização sobre esses procedimentos”, disse.

Entenda o caso

Conforme revelou o Metrópoles, a Secretaria de Saúde decidiu tomar medidas mais enérgicas, com o objetivo de reduzir a sobrecarga dos profissionais que atuam na linha de frente contra a pandemia da Covid-19 no Distrito Federal. A decisão ocorre logo após o Palácio do Buriti anunciar a convocação de servidores aposentados da pasta para retomarem às atividades.

Em documento assinado nesta segunda-feira (22/3), o secretário-adjunto e responsável técnico da Secretaria de Saúde, Petruz Sanchez, havia decidido fechar todos os ambulatórios da atenção secundária, “exceto aqueles voltados à saúde mental ou situações excepcionais a serem justificadas pelas superintendências”, para o remanejamento desses profissionais ao atendimento de paciente com o novo coronavírus nas unidades hospitalares.

Além disso, Petrus havia incluído na linha de frente os odontólogos concursados do Governo do Distrito Federal (GDF) para auxiliar no cuidado de pacientes que atualmente necessitem de ventilação mecânica na rede pública local. Os dentistas avaliam os intubados que estão internados em UTI para controlar focos infecciosos por doenças bucais.

Além deles, outros especialistas das áreas de Saúde seriam remanejados, inclusive os não clínicos, “se ociosos pelo fechamento de serviços, para atendimento ao paciente portador de Covid, incluindo a regulação médica no Complexo Regulador em Saúde do DF”.

Até mesmo médicos de residência, em especialidade clínica ou não, passariam a apoiar o atendimento do paciente portador do Sars-Cov-2 nas unidades hospitalares e na regulação.

Penalidades

O documento também determinava o desbloqueio de todos os leitos de enfermarias de unidades hospitalares de modo imediato, sob pena de apuração de responsabilidades, se não existirem justificativas plausíveis ou ações sendo conduzidas.

O secretário-adjunto orientou o “estímulo à ‘desospitalização’ de pacientes, para acompanhamento na atenção primária, e/ou com regulação médica de consultas e exames que poderiam ser feitos ambulatorialmente”.

Com o risco de superlotação, Petrus Sanchez determinou ainda que as unidades avaliassem possíveis áreas para recebimento de novos leitos, assim como o uso de espaços físicos que possam oferecer pontos de oxigênio e acolher pacientes, conforme ocorreu no ambulatório do Hospital Regional de Taguatinga (HRT).

Veja o documento:

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