“Foi plantado na CPI”, diz Miranda após Davati desmentir Dominguetti
Policial militar alega ser representante comercial na compra de vacinas, mas empresa negou relação: “Tentaram nos desacreditar”
atualizado
Compartilhar notícia
O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, nesta segunda-feira (5/7), que Luiz Paulo Dominguetti teria sido “plantado” para desvirtuar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. A declaração do parlamentar ocorreu após a empresa Davati desmentir ter dado poderes ao policial militar “para negociar ou alterar a oferta em nome da empresa”.
“Eu tenho convicção de que ele foi plantado na CPI como um ‘Cavalo de Tróia’, com o objetivo principal de desacreditarem em mim e no meu irmão. Tanto que, minutos depois, a base bolsonarista, mesmo sabendo que era mentira, já tinha espalhado o falso áudio negociando vacinas e, inclusive, parlamentares e até filhos do presidente o fizeram, mesmo conscientes que a gravação estava fora do contexto”, reforçou.
A Davati Medical Supply é suspeita de integrar um suposto esquema de corrupção com pagamento de propina para um funcionário do Ministério da Saúde, que acabou exonerado pelo ministro Marcelo Queiroga. A empresa também negou ser representante comercial da farmacêutica AstraZeneca.
Segundo Miranda disse ao Metrópoles, a claque bolsonarista tem “sempre o objetivo de pregar para fora” e fazer com que as testemunhas fiquem com medo e se calem. “Quando não se calam, massacram as nossas honras para que a população não dê crédito às informações prestadas”, continuou.
Denúncias
Mais cedo, Miranda (DEM-DF) havia dito estar “recebendo uma nova denúncia a cada hora”. “Está uma loucura as denúncias que eu dei início. Estou recebendo uma nova a cada hora”, afirmou o parlamentar.
À CPI do Senado o policial militar afirmou que o ex-diretor de Logística da pasta, Roberto Dias, teria solicitado US$ 1 por cada dose da vacina da AstraZeneca negociada pela empresa com o Brasil. Dominguetti disse que representou a Davati, mas apenas com um “contrato de boca”, informal, “um acordo de cavalheiros”.
Durante a oitiva, o depoente também deu a entender que o próprio deputado Luis Miranda, responsável por outra denúncia – esta sobre a compra da indiana Covaxin – teria negociado também a compra de vacinas. Contudo, a história foi desmentida na própria sessão após os senadores comprovarem que o áudio exibido pelo policial estava fora de contexto e seria do ano de 2020.