Falta de anestesistas atrasa fila de 30 mil cirurgias eletivas no DF
Documento obtido por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) indica déficit de 86 especialistas da área e inviabiliza novas convocações
atualizado
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A falta de insumos não é o único problema que resulta no impedimento de cirurgias eletivas na rede pública da capital federal. A carência de médicos anestesistas é também responsável pela grande fila de espera para os procedimentos – aqueles considerados não emergenciais e de urgência – no Distrito Federal.
Atualmente, a demanda reprimida é de pacientes os quais procuram tratamentos definitivos nas áreas de otorrinolaringologia, oftalmologia ou cirurgias gerais, por exemplo.
De acordo com informações obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), há um déficit de pelo menos 86 especialistas da área dentro dos quadros da Secretaria de Saúde, o que inviabiliza a realização de grande parte dos procedimentos aguardados.
Desde 2019, há pelo menos 31.444 pacientes aguardando algum tipo de intervenção eletiva por médicos de todas as unidades públicas do Distrito Federal. O número pode ser ainda maior porque regionais como Samambaia, Paranoá, Santa Maria e Sobradinho não forneceram as informações completas, divididas por especialidade clínica procurada.
Com o início da pandemia, em 2020, o Governo do Distrito Federal (GDF) havia suspendido as cirurgias eletivas, com exceção dos procedimentos oncológicos, cardiovasculares, transplantes e aqueles que foram judicializados.
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Novo concurso
Contudo, com a retomada das intervenções cirúrgicas, a carência de anestesistas ainda não tem previsão de ser resolvida, visto que, segundo o próprio documento da Secretaria de Saúde, todos os especialistas da categoria que aguardavam no cadastro de reserva do último concurso já foram convocados. No total, houve a nomeação de 179 aprovados.
“Ressaltamos, ainda, que as nomeações, bem como a realização de novos concursos, dependem de disponibilidade orçamentária e financeira e são definidas, autorizadas e publicadas conjuntamente entre a SES/DF, a Secretaria de Economia/DF e a Casa Civil/DF que têm por finalidade garantir o equilíbrio orçamentário e financeiro no âmbito do poder Executivo do Distrito Federal.”
O documento é uma resposta ao pedido oficial do advogado Marivaldo Pereira, um dos dirigentes do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) no Distrito Federal e é datado de 17 de dezembro.
Procurada, a Secretaria de Saúde registrou, por nota, que “todas as informações sobre o assunto constam no pedido de informação via Lei de Acesso à informação”.