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Falso Negativo: Iohan Struck é filho de assessor da primeira-dama do Piauí

O ex-subsecretário da Saúde se entregou ao MPDFT na última terça (22/9), após um mês foragido. Pai dele trabalha com deputada Rejane Dias

atualizado

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Iohan e a esposa
1 de 1 Iohan e a esposa - Foto: Reprodução/ Facebook

Procurado durante um mês antes de se apresentar e ser preso pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Iohan Andrade Struck tem ligações com personagens conhecidos da República.

Além de ser casado com a enfermeira Larissa Barreto Ferraz Struck, ordenadora de compras do Instituto de Gestão em Saúde (Iges-DF), o ex-subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde é filho de Alfonso Struck Júnior, um dos assessores em Brasília da primeira-dama do Piauí, Rejane Dias (PT-PI).

Esposa do governador piauiense Wellington Dias (PT-PI), Rejane está no seu segundo mandato como deputada federal. É o gabinete 624 do Anexo IV da Câmara Federal que o pai de Iohan usa, desde o início de dezembro de 2018, como posto de trabalho. Para a função, ele é gratificado com R$ 3.754,75.

Foragido desde 25 agosto, Iohan buscava costurar colaboração com o MPDFT por meio de seus advogados. Ele queria contar sua versão aos promotores, mas estava fazendo de tudo para evitar a prisão.

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) passou a investigar a possível prática de nepotismo na nomeação da esposa do alvo da Operação Falso Negativo que ocupa em cargo comissionado do Iges-DF.

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Operação Falso Negativo colocou a Saúde sob grande pressão
Em novo pedido de habeas corpus apresentado à Justiça, a defesa do ex-secretário adjunto de Atenção à Saúde Ricardo Tavares, preso na segunda fase da Operação Falso Negativo, alega que a 5ª Vara Criminal de Brasília não é o foro adequado de julgamento e solicita que a magistrada decline da competência de julgar a ação
Ministério Público ofereceu denuncia
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Operação Falso Negativo

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Operação Falso Negativo colocou a Saúde sob grande pressão

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Em novo pedido de habeas corpus apresentado à Justiça, a defesa do ex-secretário adjunto de Atenção à Saúde Ricardo Tavares, preso na segunda fase da Operação Falso Negativo, alega que a 5ª Vara Criminal de Brasília não é o foro adequado de julgamento e solicita que a magistrada decline da competência de julgar a ação

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Ministério Público ofereceu denuncia

Ricardo Botelho/Especial Metrópoles
Prisão

Na tarde da última terça-feira (23/9), Iohan chegou à sede do MPDFT acompanhado dos advogados. Promotores efetuaram a prisão do servidor, que foi encaminhado ao IML e, posteriormente, à carceragem da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Nessa quarta-feira (23/9), a Justiça autorizou a transferência de Iohan Struck para o Complexo Penitenciário da Papuda.

Segundo a denúncia feita pelo MPDFT, Iohan e mais seis integrantes da então cúpula da Secretaria de Saúde do DF teriam desviado, pelo menos, R$ 18 milhões dos cofres do GDF. Os promotores pediram o ressarcimento solidário de R$ 46 milhões – valor atualizado e levando em conta os danos causados – a Iohan e a outros 14 denunciados.

O que pesa contra Iohan

De acordo com a denúncia feita pelo MPDFT, Iohan Struck, como subsecretário de Administração Geral (SUAG), era a pessoa incumbida de conduzir os procedimentos licitatórios de modo a viabilizar a vitória de empresas previamente escolhida pelo grupo.

Segundo os promotores, o servidor, além de realizar atos fraudulentos no âmbito de suas atribuições, chegava a concentrar para si atos administrativos importantes, como a pesquisa de preço – que, na maioria das vezes, sequer ocorria e que, quando existia, era viciada.

Nessa linha, os promotores apontam que o denunciado ainda se movimentava para buscar a efetivação do certame, como no caso em que ele conseguiu obter no Fundo de Saúde do Distrito Federal verba até então inexistente para contratar a empresa Biomega.

“Vale dizer, era a pessoa responsável por providenciar o encaminhamento necessário aos procedimentos até o seu desfecho desejado pela organização criminosa”, diz a denúncia do MPDFT sobre Iohan.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Iohan Struck. O espaço segue aberto a manifestações posteriores.

Atualização

Após a publicação da reportagem, a assessoria de imprensa da deputada federal Rejane Dias (PT-PI) procurou a coluna para esclarecimentos. Em nota encaminhada ao Metrópoles, o gabinete da parlamentar explica que o servidor Alfonso Struck Júnior exerce no gabinete em Brasília a função de motorista.

“Esclarece ainda que o Sr. Afonso não responde ao processo e nem é parte da investigação citada. A parlamentar reitera sua postura em defesa da ética, da lisura e da transparência das ações de governo”.

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