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Faixa de arco-íris é pintada em ciclovia do Sudoeste contra LGBTfobia

Intervenção foi criada pelo artista plástico Phil Moretzsohn, de 32 anos, que recebeu aval da administração da cidade para realizar obras

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Thales Sabino / Divulgação
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1 de 1 pintor - Foto: Thales Sabino / Divulgação

Um artista plástico brasiliense foi convidado a criar uma faixa de pedestre estilizada com a bandeira do arco-íris numa ciclovia do Sudoeste, região de classe média de Brasília. A intervenção foi realizada como forma de homenagear o Dia Mundial de Combate à LGBTfobia e conscientizar a população contra o crime reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além da faixa, a cidade ganhou uma obra também numa parada de ônibus localizada na EQSW 101/102.

A ideia das intervenções urbanas é criação do publicitário e jornalista Thales Sabino, que decidiu convidar o artista plástico Phil Moretzsohn, de 32 anos, a realizar as obras em locais considerados abandonados da região.

“Há um mês, ele pintou um painel na nossa casa e virei fã do trabalho dele. Todo dia eu corro nessa ciclovia e sempre que via uma parada de ônibus detonada eu pensava que seria lindo se houvesse um pouco de arte com significado. Phil tem uma estética diferente do grafite. Dei a ideia e ele disse que aceitaria, inclusive doando as tintas. Como morador do Sudoeste, fui com ele na administração para ele ter a autorização da Administração Regional, e fomos muito bem recebidos”, disse.

Nascido em Brasília, Moretzsohn mudou para o Rio de Janeiro, onde cursou a Escola de Belas Artes na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele também trabalhou com cinema, figurino, cenografia e moda. De volta à capital federal, passou a se dedicar a outras artes.

“Trabalho com criação, sou criador e só sei trabalhar com arte, eu nasci com a arte, só sei ser artista. E aí com essa coisa de pandemia, um amigo me convidou para pintar uma parede na casa dele, eu fiz um desenho abstrato contemporâneo para ele, quase que uma colagem assim, e começou rolar, um foi chamando o outro, foi chamando o outro e aí, desde então, desde que começou a pandemia, eu venho pintando. Assim, parece até um milagre”, disse ao Metrópoles.

No caso da faixa de pedestre, é considerada a primeira oficial da cidade a homenagear a causa LGBTQIA+. Já a intervenção na parada de ônibus foi criada com a inspiração nas cores da bandeira trans, população que também é alvo constante de violência. Dentro do desenho, o artista incluiu várias mensagens de apoio e esperança ao grupo, como “vai ficar tudo bem”, “você é o que quiser ser” e “sonhe”.

“A ideia da faixa veio justamente para a gente poder também dar essa levantada nesta semana de luta, num momento com tanta gente morrendo por ser gay, tanta coisa ruim. Então, aproveitei para fazer o ponto [de ônibus] e emendar na faixa da ciclovia para a gente poder começar a colocar isso na cabeça das pessoas também. E, de certa forma, elas entenderem que somos todos, que não temos diferença”, contou.

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Ele também fez uma intervenção em parada de ônibus inspirado nas cores da bandeira trans
A faixa é a primeira com autorização permanente do GDF para a homenagem
Faixa de pedestre com as cores do arco-íris no Sudoeste
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Phil Moretzsohn é quem assina a primeira "faixa de pedestre" em homenagem à população LGBTQIA+

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Ele também fez uma intervenção em parada de ônibus inspirado nas cores da bandeira trans

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A faixa é a primeira com autorização permanente do GDF para a homenagem

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Faixa de pedestre com as cores do arco-íris no Sudoeste

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A administradora do Sudoeste, Tereza Canal Lamb, afirmou que já tem realizado revitalizações artísticas em equipamentos urbanos da cidade e que por isso aceitou a proposta para homenagear a causa, a primeira intervenção urbana oficial sobre a temática.

“A ideia surgiu porque eu comecei com a revitalização de escadas públicas no Sudoeste com um grafiteiro que é nosso parceiro. Essa parada específica do SIG [Setor de Indústrias Gráficas] estava bem abandonada e logo topei. Além de não ter custos para o governo, esse movimento deixa a cidade mais bonita, mais humanizada e mais inclusiva”.

De acordo com a gestora pública, a escolha por uma faixa de pedestres na ciclovia se deu para evitar a burocracia para a autorização de uma intervenção numa via pública, onde as normas de trânsito precisam ser criteriosamente respeitadas.

“Além do que, numa ciclovia, a pessoa pode parar, fazer uma foto, apreciar o trabalho que está ali. E é o que tem acontecido: várias estão parando, fazendo fotos, colocando nas redes sociais e deixando a cidade ainda mais viva”, continuou.

Ao concluir o trabalho, Phil Moretzsohn avaliou como positivas as reações dos pedestres que passam pelo local. “Essa é a minha mensagem de positividade, sabe? É para que as pessoas entendam que, por mais que pareça sombrio e o tempo ruim, que tudo vai ficar bem, que a gente tá acolhido e é a gente que faz acontecer, sabe?”, finalizou.

 

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