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Empresa do DF que ajudou a identificar óleo analisou 1 bi de km²

A Hex Tecnologias Geoespaciais foi a responsável por alertar a PF sobre a origem do petróleo vazado no oceano que atingiu a costa brasileira

atualizado

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CARLOS EZEQUIEL VANNONI/AGÊNCIA PIXEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Óleo-em-praia
1 de 1 Óleo-em-praia - Foto: CARLOS EZEQUIEL VANNONI/AGÊNCIA PIXEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O diretor-executivo da Hex Tecnologias Geoespaciais, Leonardo Barros, afirmou nesta sexta-feira (01/11/2019) que a empresa decidiu fazer uma investigação independente após tomar conhecimento de que as manchas de petróleo começaram a se aproximar das praias do Nordeste. A averiguação contou com monitoramento remoto de imagens via satélite.

Como revelou o Metrópoles, a empresa, com sede em Brasília, foi a responsável por alertar a Polícia Federal sobre a origem do óleo vazado no oceano e que atingiu a costa brasileira. Barros, diretor-executivo da companhia, conta que sua equipe analisou 829 imagens de satélites, o que significa, segundo ele, um raio-x numa área de cerca de 1 bilhão de quilômetros quadrados. A mancha detectada tinha cerca de 200 km lineares.

“Nosso esforço foi reconstituir, fazer o caminho inverso, já que, por ser distante, as imagens de satélites eram mais escassas. Além da foto original de um satélite, checamos em outras duas fontes que também têm monitoramento ativo de regiões. A partir da confirmação, passamos a investigar de onde veio o derramamento”, narrou.

Barros explicou ter procurado apoio de outras empresas com especialidade em monitoramento, para cruzar dados. A Airbus aceitou buscar nas imagens já obtidas com as informações fornecidas pela Hex. Assim, chegou à informação de que a rota foi feita pelo navio mercante Bouboulina, de bandeira grega e de propriedade da empresa Delta Tankers. “Foi a 700 km de distância da costa brasileira. Nesse aspecto, a dificuldade era grande, seja para nós, de empresa, seja para organismos estrangeiros, e até para o governo.”

Veja o relatório feito pela Hex e entregue à PF:

Relatório da empresa HEX en… by Metropoles on Scribd

Abin

Durante as investigações, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) procurou a empresa para saber se havia tecnologia para ajudar no rastreamento. “Quem nos contactou, originalmente, foi a Abin, após a divulgação das notícias do derramamento. Quando ela soube que tínhamos capacidade, nos orientou a enviar informações para a Polícia Federal.”

Segundo garantiu a companhia, não há possibilidade de algum navio pirata ter navegado na região naquele dia. “Em todas as imagens que estudamos, os radares não apontaram a existência de outra embarcação que não fosse a grega”, sustentou.

Laudo

A pesquisa da Hex mostrou que o derramamento ocorreu a cerca de 700 km do litoral do Brasil, na altura do Rio Grande do Norte (RN), de acordo com a empresa, entre 28 de julho e 1º de agosto.

O laudo técnico completo produzido foi juntado ao relatório entregue ao juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal (RN).

Após o pedido dos investigadores, a Justiça determinou busca e apreensão na Lachmann Agência Marítima, agente da Delta Tankers no Brasil. Outra empresa também está na mira dos procedimentos autorizados pelo juiz: a Witt O’Brien’s. Ambas ficam no Centro do Rio de Janeiro.

A brasiliense Hex usa imagens de sensores orbitais ópticos e de radar, embarcados em satélites. Segundo a empresa, o objetivo é ter alcance ainda maior. Por meio de um aparelho digital, a tecnologia processa as imagens de satélites e identifica alvos de maneira automatizada.

Reprodução / Justiça Federal
Juiz determinou buscas e apreensões após ter acesso ao laudo da PF que incluía estudo da Hex
Falta de investimento

Em março deste ano, a empresa foi uma das convidadas pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, regional do Distrito Federal (ADPF-DF), a integrar o Simpósio Internacional de Segurança. Com o tema As Inovações Tecnológicas no Combate à Criminalidade, o evento reuniu representantes de tecnologias na área de inteligência digital para favorecer investigações de crimes diversos.

“A Polícia Federal está, mais uma vez, de parabéns. Entretanto, a apuração revela que os órgãos de fiscalização e de investigação do Brasil não podem mais ficar atrás no que tange à tecnologia. Isso não é gasto, é investimento”, disse à coluna o delegado Luciano Leiro, vice-presidente da ADPF e diretor regional da entidade no Distrito Federal.

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