Empresa de Brasília auxiliou PF a encontrar origem de óleo vazado
Brasiliense Hex Tecnologias Geoespaciais foi fundada em 2003 e entregou espontaneamente o estudo que indicou responsabilidade de navio grego
atualizado
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Uma empresa de Brasília foi a responsável por alertar a Polícia Federal sobre a origem do óleo vazado no oceano e que atingiu a costa brasileira. A Hex Tecnologias Geoespaciais entregou, de forma espontânea, um estudo aos investigadores com imagens de monitoramento do mar por satélite. A pesquisa mostrou que o derramamento ocorreu a cerca de 700 km do litoral do Brasil, na altura do Rio Grande do Norte (RN), ocorrido entre 28 e 29 de julho.
O laudo técnico completo produzido pela Hex foi juntado ao relatório entregue ao juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal (RN). No documento, a PF acusa o navio mercante Bouboulina, de bandeira grega e de propriedade da empresa Delta Tankers, de ser o responsável pelo petróleo que alcançou as praias do Nordeste.
Após o pedido dos investigadores, a Justiça determinou busca e apreensão na Lachmann Agência Marítima, agente da Delta Tankers no Brasil. Outra empresa também este na mira dos procedimentos autorizados pelo juiz: a Witt O Brien’s. Ambas ficam no centro do Rio de Janeiro.
A brasiliense Hex monitora mais de 40 milhões de km² por ano e usa imagens de sensores orbitais ópticos e de radar, embarcados em satélites. Segundo a empresa, o objetivo é ter alcance ainda maior. Por meio de um processador digital, a tecnologia processa as imagens de satélites e identifica alvos de maneira automatizada.
Falta de investimento
Em março deste ano, a empresa foi uma das convidadas pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, regional do Distrito Federal (ADPF-DF), a integrar o Simpósio Internacional de Segurança. Com o tema As inovações tecnológicas no combate à criminalidade, o evento reuniu representantes de tecnologias na área de inteligência digital para favorecer em investigações de crimes diversos.
“A Polícia Federal está, mais uma vez, de parabéns. Entretanto, a apuração revela que os órgãos de fiscalização e de investigação do Brasil não podem mais ficar atrás no que tange à tecnologia. Isso não é gasto, é investimento”, disse à coluna o delegado Luciano Leiro, vice-presidente da ADPF e diretor regional da entidade no Distrito Federal.
“É por isso que ADPF realiza, há dois anos, o simpósio internacional, como forma de dar visibilidade ao que há de mais avançado em tecnologia no mundo”, completou Leiro.