Emojis de Joice e Carlos Bolsonaro servem como prova na Justiça
Troca de ofensas por meio de símbolos de porco e veado foi protagonizada pelos ex-aliados após o PSL do presidente entrar em profunda crise
atualizado
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Embora tenham sido por meio de emojis, a troca de farpas protagonizada no Twitter pela ex-líder do Governo no Congresso Nacional Joice Hasselmann (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) pode servir de prova se por ventura o caso for parar na Justiça. Os desenhos criados para ilustrar publicações já foram usados como evidências em processos judiciais no Brasil, tanto para acusações quanto para a defesa, segundo informa a BBC Brasil.
Conforme pontuou a agência de notícias, os símbolos já integram ações formais de assédio sexual, injúria racial e ameaça de morte. Levantamento acadêmico nos Estados Unidos identificou uma disparada de processos com citações a emojis — somente em 2018, foram encontrados 38.
No caso específico da crise entre ex-aliados do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o vereador fez uma publicação com os ícones de porco, galinha, cobra e rato. Como resposta, a deputada federal tuitou a ilustração de um veado e de ratos. Pela lógica, Carlos Bolsonaro fez comentário gordofóbico contra a congressista, enquanto a parlamentar pode ser acusada de homofobia, já que uma das imagens insinua a suposta orientação sexual do filho presidente da República. Ela reconheceu publicamente o “excesso” após o episódio.
Injúria racial
Além de reforçar argumentações e testemunhos, os ícones podem também estar no centro das acusações. A figura de uma banana, por exemplo, serviu para condenar um réu por racismo na cidade de São Paulo. Nesse caso, o emoji da fruta foi compartilhado ao lado da foto de um homem “com o intuito de associar a vítima a um macaco, em razão da raça negra”, considerou um juiz.
O rapaz acusado admitiu em juízo que o desenho foi enviado a uma amiga, mas em outro contexto. Segundo o acusado, foi em referência a “um apelido utilizado por ambos desde a infância” e sustentou que a montagem racista foi fraudada por alguém com intuito de prejudicá-lo. Contudo, a pena de um ano de prisão pela injúria racial chegou a ser aumentada em um terço pelo juiz porque foi “veiculada por um meio que facilita a divulgação de mensagens, no caso, o aplicativo WhatsApp”. O réu recorre em liberdade.