Em defesa apresentada à Justiça, Izalci diz ter apoio até de Reguffe
Senador, sobre a afirmação incluída na contestação: “Eu não sei sequer em quem eu vou votar, quanto mais apoiar”
atualizado
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Alvo de uma liminar que suspendeu as eleições do PSDB-DF, o presidente regional da sigla, deputado federal Izalci Lucas, afirmou à Justiça ter o apoio de nove partidos políticos e também do senador José Antônio Reguffe (sem partido). A declaração foi incluída na contestação do partido apresentada nessa segunda-feira (28/5) ao juiz da 17ª Vara Cível de Brasília, Caio Brucoli Sembongi. O magistrado é o signatário da decisão que interrompeu a escolha do novo diretório regional no ninho tucano.
“Os danos causados pela medida liminar deferida podem tornar-se irreparáveis e irreversíveis, na medida em que ameaçam a credibilidade de uma candidatura majoritária ao Governo do Distrito Federal, que até a semana passada era apoiada por mais nove partidos políticos com representação no DF. Sendo eles: PSDB, PPS, PSD, PRB, PMB, PSDC, PSC, Patriota e PSL, além dos senadores José Reguffe e Cristovam Buarque, do deputado federal Rogério Rosso, do vice- governador, Renato Santana, e de diversos representantes da sociedade organizada de Brasília”, registra.
A liminar atendeu ao pedido assinado por Lucas Chaves Siqueira Arcanjo – filiado ao PSDB-DF. Ele questiona uma série de “irregularidades no edital de convocação assinado por Izalci”. Entre elas: falta de eleições para as zonais partidárias; não divulgação da lista de filiados; ausência de cumprimento do prazo estipulado entre o anúncio das convocações e a publicação do edital; e, ainda, o fato de a plenária estar marcada “no meio de feriado e em horário de expediente” – o que contraria a tradição de se realizar o evento aos domingos. A Justiça deve decidir se derruba ou não a liminar nos próximos dias.
Assinada pelo advogado José Silveira Teixeira, a contestação sugere que integrantes da sigla trabalham para prejudicar as eleições do PSDB-DF e cita nominalmente a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, que “estava no ostracismo desde 2006, mas que recebeu uma secretaria de Estado do governo Rollemberg após anunciar apoio à reeleição do atual gestor”. “O jogo político de alguns no Distrito Federal é bruto e baixo, Excelência, baseado em troca de apoio político por cargos comissionados e ou contratos com a administração pública distrital”, acusa.
Após inúmeras críticas a filiados que integram o chamado grupo opositor ao atual comando do PSDB, o advogado instiga o juiz responsável pelo caso: “Pergunta-se douto julgador!!! É possível conviver em um partido político com pessoas dessa laia?”. Em outro trecho da contestação, alega nos autos que “o objetivo do autor e de seu grupo político é boicotar a candidatura própria do PSDB ao Governo do Distrito Federal, hoje representada pelo deputado Izalci. A missão do grupo o qual o autor faz parte é entregar o PSDB/DF ao governador Rodrigo Rollemberg, recebendo em troca cargos públicos, contratos e benesses no GDF”.O outro lado
Procurado, o senador José Antônio Reguffe afirmou que ainda não definiu qual candidatura ao Palácio do Buriti deve apoiar nas eleições de outubro.”Eu não sei sequer em quem eu vou votar, quanto mais apoiar”, disse. O parlamentar é disputado por várias vertentes ideológicas na esfera política local.
O deputado Izalci também foi questionado pela coluna. Ele afirmou, no entanto, que realmente não recebeu o apoio formal do senador e que o signatário da defesa deve ter sido “induzido ao erro, uma vez que Cristovam Buarque (PPS) e o próprio Reguffe caminham juntos”. “Realmente, eu não tinha conhecimento. Mas isso não vem ao caso, pois o grupo é um só. Ele deve ter pensado que já tínhamos fechado isso. Mas o apoio do senador é muito bem-vindo”, disse.
Além disso, o deputado federal esclareceu que não chegou a ser intimado pelo oficial de Justiça acerca da recente liminar. Contudo, por decisão da assessoria jurídica, a contestação foi logo protocolada. “A eleição já é no dia 1º de junho. O tempo é muito curto e precisávamos correr”, explicou.
Autor do pedido que originou a liminar, Lucas Siqueira Arcanjo não foi localizado até a última atualização desta reportagem.