Em 2030, um em cada seis moradores do DF será idoso, diz estudo
Pesquisa que será lançada pela UnB também aponta as dificuldades que a população mais velha deve enfrentar se não houver ações do governo
atualizado
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Um recente estudo realizado pela Universidade de Brasília (UnB) indica que, em 2030, um em cada seis moradores do Distrito Federal será idoso. O tema acendeu um alerta de especialistas para a necessidade de criação de novas políticas públicas, por parte de autoridades locais, com o objetivo de garantir melhor qualidade de vida para essa parcela da população, que somará 16,66% dos moradores da capital federal.
A nova pesquisa do Observatório de Políticas Públicas do DF (ObservaDF) será apresentada nesta quarta-feira (13/07), durante uma transmissão ao vivo. Segundo os dados do instituto, um em cada quatro idosos declaram, por exemplo, que o atendimento em unidades básicas de saúde (UBS) do DF não é acolhedor.
Ainda sobre a saúde, o estudo aponta que 60% dos entrevistados dizem não existirem – ou não ter conhecimento – sobre atividades de promoção de saúde ou prevenção de doenças nas UBS. Além disso, 53,1% dos idosos do DF não têm acesso a um plano de saúde.
Em relação à saúde ocular, cerca de 48% da população nessa faixa etária declaram ter problemas de visão, de acordo com dados copilados pelo estudo do observatório. Os números também mostram que a grande dificuldade de enxergar é mais frequente entre as pessoas de baixa renda.
“A população idosa no Distrito Federal não é homogênea. As profundas desigualdades socioespaciais que marcam o Distrito Federal, colocam as pessoas idosas das regiões de mais baixa renda em situação de maior vulnerabilidade. Esses idosos têm menor grau de escolaridade, são majoritariamente pardos ou pretos, não têm planos de saúde e relatam, com maior frequência, dificuldades graves de enxergar, ouvir ou se locomover”, disse a pesquisadora Ana Maria Nogales, à frende do estudo.
Deslocamento
Ainda de acordo com os pontos apresentados pela pesquisa, pouco mais de 20% dos idosos entrevistados declararam que as pessoas, de modo geral, não respeitam ou auxiliam no seu deslocamento na cidade.
Para Nogales, os dados trazem fatores importantes para a qualidade de vida das pessoas com 60 anos ou mais. “Na dimensão da saúde, todas as atividades mencionadas na pesquisa do Observatório estão na cesta de serviços da atenção primária e são fundamentais para o envelhecimento saudável”, afirma.
O ObservaDF, em suas conclusões, apontou falhas nas políticas públicas para um envelhecimento saudável no Distrito Federal. “Temos que promover o respeito e a solidariedade à pessoa idosa, ajudando-a no seu deslocamento na cidade. Além disso, é fundamental fortalecer a atenção à saúde da pessoa idosa, sobretudo no que se refere às atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças”, continuou a pesquisadora.
Pesquisadores
A equipe do ObservaDF conta com os pesquisadores: Lúcio Remuzat Rennó Junior, Ana Maria Nogales Vasconcelos, Andrea Felippe Cabello, Frederico Bertholini, Guilherme Viana e também contou com a colaboração de Rebeca Sousa Cruz na elaboração do questionário da pesquisa quantitativa.