Vídeo: eleitor não conhece secretários-candidatos da gestão Rollemberg
Metrópoles entrevistou brasilienses para descobrir se os eleitores sabem quem são os gestores que deixaram o GDF para testar nomes nas urnas
atualizado
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Passou o tempo em que fazer parte do governo era sinônimo de prestígio na hora de testar o nome nas urnas. Nos dias de hoje, ocupar funções estratégicas na estrutura do GDF pode não representar mais tanta projeção assim. Políticos conhecidos ingressaram na vida pública sob as bênçãos de ex-governadores. Entretanto, consegue-se perceber que esse voo já não é tão garantido assim.
Mas o que a população tem a dizer sobre a notoriedade dos integrantes da gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB) que decidiram deixar os postos em busca do sonho de um mandato eletivo, seja na Câmara Legislativa ou no Congresso Nacional?
Pelo menos 22 nomes do primeiro escalão do atual governo apostam na possibilidade de fisgar o voto dos brasilienses após pouco mais de três anos de trabalho no GDF. Durante quatro horas, a reportagem ouviu diferentes pessoas, de idades variadas, de forma aleatória e espontânea, para montar o material.
Apesar do tom informal das entrevistas e das respostas muitas vezes cômicas, é possível aferir, com o humor de parte do eleitorado, que a depender das pessoas ouvidas pela reportagem, os aliados de Rollemberg terão dois obstáculos. O primeiro é se tornar conhecido. O segundo, descolar a própria imagem da figura do governador. O chefe do Executivo local tem tentado reverter os índices de rejeição.Grande parte dos entrevistados disse que não votará em candidatos ligados ao atual titular do Palácio do Buriti. Como principal justificativa, acusam o político de letargia na administração.
Confira o vídeo
A aposentada Maria Isaura, por exemplo, descarta qualquer possibilidade de apoiar aliados do governador em provável candidatura. “Não votaria nem se ele [Rollemberg] me desse uma casa”, garante. Alguns até dariam um voto de confiança aos aliados do político, “a depender do que eles se comprometessem a fazer”, conforme afirmou à reportagem a fisioterapeuta Erika Sabrina.
Além de serem questionados sobre a possibilidade de votar em alguém ligado à atual gestão, a reportagem testou se os entrevistados conheceriam, nome por nome, os ex-integrantes do Governo do Distrito Federal que deixaram os cargos recentemente por conta da desincompatibilização eleitoral.
Dois nomes lembrados
De todos os nomes citados, apenas o da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSB) e da ex-secretária de Esportes Leila Barros (PSB) foram lembrados. Os outros 20 pretensos candidatos não foram reconhecidos pelos entrevistados: nem pelo nome, tampouco pelo trabalho desenvolvido no GDF. A ex-secretária de Planejamento Leany Lemos (PSB), tida como uma aposta de Rollemberg a uma vaga no Senado Federal, também não foi identificada pela população ouvida.
Durante as entrevistas, gravadas próximo ao Quiosque do Atleta e ao Nicolândia, no Parque da Cidade, os cidadãos puderam ainda opinar a respeito da avaliação do governo Rollemberg. “Razoável” e “péssimo” foram as respostas mais frequentes.
Na avaliação do aposentado Raimundo Saraiva, o fato de Rollemberg ter feito um governo mediano o leva a deixar no ar a possibilidade de votar em algum ex-integrante recente do Governo do Distrito Federal. “Quem sabe, né?”, cogita.
Por outro lado, o corretor de seguros Hugo Gonçalves deixa uma dica aos políticos estreantes nas eleições deste ano. “Não falem sobre terem feito parte da gestão de Rollemberg. Digam que vocês fizeram parte de outro governo, porque sujou um pouquinho o currículo aí”, brinca.
Lei exige afastamento
Os ex-integrantes do primeiro escalão do GDF deixaram os cargos de chefia por determinação da Lei Eleitoral. A desincompatibilização, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é o afastamento necessário de ocupantes de algum cargo ou função pública para que possam concorrer aos mandatos de presidente da República, senador, governador, deputado federal ou deputado distrital, no caso de Brasília.
“A legislação, ao estipular esses prazos, tem como objetivo impedir que um candidato, ocupante de determinado cargo ou função pública, faça proveito dessa situação, gerando um desequilíbrio entre as campanhas eleitorais e, assim, comprometendo sobremaneira a lisura das eleições”, diz trecho de explicação do Tribunal sobre o tema.