Dia de babado, confusão e gritaria com Legislativo no olho do furacão
Conheça as notícias e os personagens que agitaram a véspera do feriado na capital da República
atualizado
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Hora de mudar
As eleições 2018 estão logo ali e já começam a assanhar os pré-candidatos na corrida por votos. No caso do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), houve mudança no jeito dele se apresentar ao público. Trocou o discurso técnico e sisudo por peripécias populares nas redes sociais. E também melhorou o tratamento dispensado à CLDF. Dia desses, foi pessoalmente à sede do Legislativo levar proposta de interesse do governo. Nesta semana, o Buriti liberou mais de R$ 8 milhões em crédito suplementar para emendas dos deputados, justamente um dia antes de a menina dos olhos da atual gestão – o PL que cria o Instituto Hospital de Base – entrar na pauta do plenário. Só faltou combinar com os servidores e sindicalistas da saúde, que pressionaram os parlamentares e conseguiram melar a votação do projeto nessa quarta (14/6).
O Valle é pop
No entanto, não é o nome de Rollemberg o mais cacifado no balcão de apostas para as eleições 2018. Pop mesmo é o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT). Só no último mês ele foi convidado para compor chapa majoritária por Eliana Pedrosa (PPS), Izalci Lucas (PSDB), Cristovam Buarque (PPS) e Alírio Neto (PTB). Aliás, entre uma agenda e outra, o atual governador também o chamou para ser seu vice no próximo pleito. Nos bastidores, porém, é dado como certo que apenas uma dobradinha com o senador José Antônio Reguffe (sem partido) seria aceita por Joe Valle.
Mas… E o vice?
Se Rodrigo Rollemberg articula para ter um novo candidato a vice-governador em 2018, o que será feito com o PSD do deputado federal Rogério Rosso dentro do atual governo? Ops. Aliás, PSD do vice-governador, Renato Santana.
Bateu saudade
Talvez tenha sido a saudade que levou a ex-distrital e ex-vice-governadora Arlete Sampaio (PT) a sentar-se em sua antiga cadeira no plenário da CLDF nessa quarta. Mas, ao fazê-lo, Arlete contrariou o Regimento da Casa: sem mandato, ela, no máximo, poderia ficar na área destinada aos assessores parlamentares, visitantes e autoridades. Isso, no entanto, nem foi o mais grave. Só os parlamentares podem discursar durante os trabalhos. “Detalhe” ignorado por Joe Valle. Usando uma brecha regimental, o presidente da Casa suspendeu a sessão, abriu tempo de cinco minutos para Arlete e lhe concedeu a palavra. Ela se posicionou contra a criação do Instituto Hospital de Base. Recebeu aplausos e vaias e, por mais um dia, teve a sensação de voltar a ser uma distrital – sonho que ela defenderá na próxima campanha eleitoral.
Babado, confusão e gritaria
Aberta às 15h, a sessão que votaria o projeto do Instituto Hospital de Base foi marcada por gritaria e confusão. Com a galeria dividida entre representantes dos trabalhadores e apoiadores de Rollemberg (a maioria comissionado, disseram as más-línguas), o plenário foi palco de tanto tumulto que, em menos de uma hora, o presidente da Câmara suspendeu a sessão quatro vezes. Em todas, ameaçou retirar os presentes, caso não ficassem em silêncio. Como ninguém o obedeceu, o melhor foi remarcar a votação para a próxima terça (20).
“Do meu decote, cuido eu”
A recente revogação da portaria que vetava o acesso na CLDF de quem trajasse “roupas muito curtas” foi bastante comemorada, entre outros, pela vice-presidente da OAB-DF, Daniela Teixeira. Em seu perfil no Facebook, a advogada publicou uma imagem da campanha lançada pela entidade contra os códigos de vestimentas impostos em órgãos públicos e tribunais pelo país. “Dignidade acima de tudo. Não se mede o valor da mulher pelo comprimento de suas roupas”, diz a peça publicitária. E Daniela emendou o recado: “Deputado, cuida do seu decoro. Do meu decote, cuido eu”.
Da arte de comprar briga
com a entidade errada
Ao sancionar o PL da deputada Luzia de Paula (PSB) que converte o 13 de agosto em Dia do Vampiro no DF, sem saber, os distritais compraram briga com o Conselho Federal de Economia. Nota assinada pelo presidente da entidade, o economista Júlio Miragaya, destaca que desde 1951 esse é o Dia do Economista. “Ou seja, [é] a data comemorativa dos 250 mil economistas brasileiros. Muito embora haja uma ‘meia dúzia’, na cúpula das corporações financeiras, empenhados em ‘tirar o sangue’ dos brasileiros, a esmagadora maioria dos profissionais economistas dedicam-se a melhorar o desempenho das empresas e do setor público em nosso país”, diz o texto. Que recomenda: “Mais apropriado seria a deputada alterar a data de seu projeto para 23 de setembro, dia do aniversário do presidente (sic) Michel Temer”.
(Com edição de Ana Helena Paixão)